Vitória de Guimarães e os Desafios do FC Porto

  1. Vitória recorre da sanção imposta
  2. SAD do Vitória anunciou o recurso
  3. FC Porto tenta reestruturar contas
  4. Villas-Boas fala sobre auditoria forense

A recente situação do Vitória de Guimarães ilustra a dificuldade enfrentada por alguns clubes no contexto actual do futebol português. A SAD do Vitória anunciou que “vai recorrer da sanção imposta pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol”. Esta sanção resulta da interdição do sector ocupado pela claque White Angels, no Estádio D. Afonso Henriques, devido a incidentes ocorridos durante um jogo no Estádio do Bessa, onde uma jovem adepta sofreu queimaduras por conta da utilização ilegal de artigos pirotécnicos. É revelador que, apesar do castigo já ter efeito a partir da próxima época, o clube decidiu “avançar já com o recurso”, mostrando uma determinação em combater as penalizações que considera exageradas.

Do outro lado do espectro encontramos o FC Porto, que tentava reestruturar as suas contas após uma gestão marcada por excessos e problemas administrativos. “Desejosa de abater dívidas de quase 250 milhões de euros (ME) e um passivo acima dos 500 ME”, a administração do clube, liderada pelo ex-treinador André Villas-Boas, fez a maior emissão de obrigações da história do futebol português, totalizando 115 ME. Villas-Boas refere que “parece impossível pensar que, em 11 meses, se pagou 179 ME do seu passivo”. Isso demonstra um esforço real por parte da gestão para alcançar a sustentabilidade financeira tão essencial nos dias de hoje.

SANÇÃO DO VITÓRIA DE GUIMARÃES

No entanto, é importante perceber como cada clube lida com as suas crises internas. O Porto, que enfrentou uma multa de 1,5 ME pela UEFA devido a irregularidades, teve que agir rapidamente. A pressão para liquidar dívidas de curto prazo era intensa, uma vez que a exclusão das provas europeias estava em jogo. O esforço para corrigir o rumo financeiro é evidente, pois o clube “registou resultados positivos de 334.000 euros no primeiro semestre de 2024/25” e conseguiu “cumprir os controlos trimestrais da UEFA”, mostrando um caminho de recuperação do prestígio.

Um aspecto relevante da administração de Villas-Boas está ligado à auditoria forense que revela práticas de gestão anteriores que afectaram negativamente a saúde financeira do FC Porto. Ele declarou: “a auditoria forense revelou práticas da gestão de Pinto da Costa que impactaram negativamente a saúde financeira e a reputação” do clube. Tais gerações de incerteza e questões legais são um lembrete da importância da governança e da transparência na administração de clubes de futebol, onde a integridade deve nortear as decisões.

DESAFIOS DO FC PORTO

Adicionalmente, a pressão sobre a gestão do FC Porto intensificou-se com os incidentes relacionados com a claque Super Dragões, onde figuras proeminentes estão agora sob investigação por conluio na distribuição de ingressos. Este problema agrava ainda mais o cenário que Villas-Boas se propôs a resolver com a revisão dos protocolos com as claques, visando evitar futuras irregularidades. “Unânime nas urnas e intransigente em punir quem tenha lesado o FC Porto”, Villas-Boas tem agora o desafio de equilibrar a necessidade de manter uma base de apoio fervorosa e, ao mesmo tempo, implementar uma gestão responsável e ética.

Enquanto o Vitória de Guimarães procura contestar as penalidades aplicadas, o Porto tenta colocar ordem nas suas finanças e reverter uma imagem de irresponsabilidade. O ambiente no futebol português está em permanente transformação, mas do lado das instituições, ainda persiste a necessidade de um fortalecimento das estruturas de governança e disciplina. Este é um caminho longo e cheio de desafios, mas as direções podem estar a tomar passos significativos rumo a um futuro mais sustentável e transparente.