A demissão de José Maia do cargo de diretor de 'scouting' do FC Porto é um sinal da queda de um dos pilares que sustentaram a candidatura de André Villas-Boas à presidência do clube. A «cultura de exigência, rigor e trabalho» eram alguns dos pressupostos que estiveram na base da escolha de José Maia, que agora retorna ao City Football Group.
Torna-se, portanto, urgente que o presidente do FC Porto explique aos sócios o que esteve na base desta ruptura e elimine as suspeições levantadas pelo anterior diretor de comunicação, Francisco J. Marques, que insinuou que a ingerência do sobrinho de Villas-Boas, Gonçalo Ricca, teria criado desagrado e desconforto no departamento de prospeção. São acusações graves, especialmente por serem reveladas através da conta na rede social X de um antigo funcionário do clube, que conhece bem os bastidores.
Por outro lado, será interessante entender se esta mudança na prospeção tem alguma relação com um mercado muito celebrado, mas que, quando analisado mais a fundo, revelou apenas uma contratação de destaque: a de Samu, concluída graças aos esforços pessoais de Villas-Boas.
Finalmente, é preciso compreender se o novo diretor de 'scouting' adotará uma abordagem diferente em função das ideias de Anselmi, o atual treinador, isso se ele conseguir suportar o impacto das drásticas mudanças de estilo de jogo que introduziu em um plantel que não estava preparado para tal revolução.