O FC Porto vive um momento de transição e incerteza após décadas de domínio liderado por Pinto da Costa. Com a saída do histórico presidente e a renúncia de figuras-chave como Sérgio Conceição e Pepe, o clube enfrenta uma era desafiadora sob o comando do jovem treinador argentino Martín Anselmi.
«Depois de 42 anos de presidência e inúmeros títulos conquistados pela liderança de Pinto da Costa, é natural que a herança deixada seja muito pesada.» Basta comparar a situação do FC Porto com a do Sporting, que sofre com a saída de Rúben Amorim após apenas cinco anos no comando. Imaginar o sentimento dos adeptos portistas neste momento de transição é tarefa difícil.
A saída do "presidente dos presidentes"
A mudança começou com a vitória de André Villas-Boas nas eleições do clube há um ano. O antigo treinador conseguiu derrubar o «"presidente dos presidentes", como é conhecido Pinto da Costa», com uma votação esmagadora. No entanto, esse triunfo também lhe trouxe grandes responsabilidades, pois era necessário, quase obrigatório, manter o nível de conquistas do clube, algo que se revelou uma tarefa hercúlea. Além disso, os cofres do clube ficaram vazios, agravando ainda mais a situação.
A aposta no jovem Martín Anselmi
Após a saída de Vítor Bruno, que recebeu um «"presente envenenado" ao assumir o comando da equipa», o FC Porto apostou em Martín Anselmi, um treinador argentino de 39 anos com pouca experiência no futebol português. Uma aposta considerada ainda mais arriscada por alguns analistas.
Anselmi revela-se um treinador com ideias táticas revolucionárias, privilegiando um sistema com apenas três centrais que se transformam em dois no momento de transição ofensiva, colocando um deles a iniciar a organização do ataque. Uma abordagem que tem causado muitos calafrios e dissabores aos adeptos portistas, com apenas duas vitórias em sete jogos à frente da equipa.
O problema é que o plantel do FC Porto parece não ter a qualidade suficiente para interpretar e aplicar com eficácia o modelo de jogo preferencial de Anselmi. Exigir isso da atual equipa é um «verdadeiro suicídio», uma vez que o técnico argentino não está a treinar o Manchester City, muito menos o Guardiola.