Lazio vs Roma: A Eterna Rivalidade da Capital

  1. A Lazio, o clube mais antigo da cidade, conseguiu escapar à fusão imposta pelo regime fascista em 1927 graças à intervenção do General Vaccaro
  2. A Lazio é historicamente associada à extrema-direita, tendo adeptos que publicamente defenderam o fascismo, como o ídolo Paulo de Cânio
  3. A Roma é tradicionalmente identificada com o centro-esquerda, opondo-se à rival Lazio e ao norte do país, mais associado à direita berlusconiana
  4. Os símbolos e cores dos clubes refletem as divergências ideológicas: a Lazio adotou o azul e a águia, a Roma o vermelho, amarelo e a Loba

Raízes da Rivalidade


Roma é uma cidade impregnada de história, desde as suas ruas repletas de vestígios do antigo Império Romano até aos seus dois principais clubes de futebol, a Lazio e a AS Roma, cujos confrontos são marcados por uma rivalidade acesa e com contornos políticos.

A origem desta disputa remonta a 1927, quando o regime fascista de Benito Mussolini promoveu a fusão de três clubes romanos - Roman FC, SS Alba-Audace e Fortitudo-Pro Roma SGS - com o objetivo de criar uma equipa capaz de rivalizar com os gigantes do norte de Itália. No entanto, a Lazio, o clube mais antigo da cidade, conseguiu escapar a essa fusão graças à intervenção do General Vaccaro, diretor dos laziale, que moveu as suas influências no regime para manter a Lazio fora desse novo clube.

Divergências Ideológicas


Desde então, a Lazio e a Roma têm-se confrontado não apenas no relvado, mas também em termos políticos e ideológicos. A Lazio, com uma massa associativa historicamente ligada à extrema-direita, chegou a ter adeptos que publicamente defenderam o fascismo, como o ídolo Paulo de Cânio. Já a Roma é tradicionalmente identificada com o centro-esquerda, opondo-se assim não só à rival Lazio, mas também ao norte do país, mais associado à direita berlusconiana.

Essa divergência política é visível também nos símbolos e cores escolhidos pelos dois clubes. A Lazio, inspirada nas Olimpíadas de Atenas de 1896, adotou o azul da Grécia e a águia, animal sagrado de Júpiter, deus do panteão romano, que viria a ser recuperada pelo movimento fascista. Por sua vez, a Roma escolheu o vermelho e o amarelo, cores da Roma Imperial e da Santa Sé, unindo no seu escudo o império terreno e o império celeste, e como símbolo a Loba, animal associado a Marte, deus da guerra.