Pedro Proença, antigo árbitro internacional, foi eleito como o novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com o apoio de 75% dos 84 delegados com direito a voto na Assembleia Geral. Esta expressiva margem de vitória demonstra, segundo as palavras do próprio Proença, «uma vontade sólida dos clubes profissionais de futebol, associações distritais e outras entidades representativas em apoiar os projetos e propostas da sua lista».
Proença assume a liderança da FPF após 13 anos de mandato de Fernando Gomes, período durante o qual a instituição registou, nas palavras do novo presidente, «uma evolução notável, tanto a nível organizativo e estrutural, como na vertente desportiva, abrangendo o futebol, futsal e futebol de praia, masculino e feminino».
Indicadores Financeiros Robustos
Neste período, o património da FPF mais do que duplicou, passando de cerca de 28 milhões de euros para 57 milhões de euros atualmente. As receitas também tiveram um crescimento exponencial, atingindo 122 milhões de euros em 2024, o maior valor de sempre da federação.
Estes indicadores financeiros refletem, segundo Proença, «o crescimento e a solidez da FPF, deixando-me e à minha equipa com uma "almofada confortabilíssima" para iniciar o nosso mandato de quatro anos».
Desafios à Frente
No entanto, o novo presidente enfrenta diversos desafios de monta, como a continuação da massificação do jogo e a melhoria do rendimento das seleções nacionais, que já conquistaram importantes títulos. No futebol feminino, a aposta deverá ser, nas palavras de Proença, «reforçada na fórmula e competitividade das provas, na captação de talentos e no apoio às associações distritais, consideradas as "verdadeiras alavancas do futebol em Portugal"».
Aproximação à Base do Futebol
Proença sabe que o futebol não se resume apenas aos clubes profissionais e à elite, sendo necessário, nas suas próprias palavras, «aproximar-me também da realidade dos clubes dos escalões inferiores, das associações de futebol mais remotas, das escolas e dos adeptos». Esta aproximação com a base do futebol português não foi, segundo o novo presidente, «uma escolha pacífica, gerando alguma desconfiança e discussões nas redes sociais, devido ao receio da manutenção de interesses instalados e da influência de determinados grupos».
O novo presidente da FPF terá de demonstrar, na opinião de Proença, «sensibilidade a estas preocupações, procurando apaziguar eventuais crispações, motivar a minha equipa e estabelecer um clima de paz que me permita estar atento a todos os ângulos deste desafio complexo e fascinante». A coragem demonstrada por Nuno Lobo, ao apresentar um projeto disruptivo e voltado para as bases do futebol, poderá ser, nas palavras de Proença, «um exemplo a seguir na minha nova jornada à frente da FPF».