Após meses de silêncio face aos "ataques" que lhe têm sido dirigidos, o antigo presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, decidiu finalmente pronunciar-se sobre o "objetivo de denegrir o caráter, o trabalho e o legado" da sua longa presidência do clube.
Numa extensa declaração, Pinto da Costa procurou contrariar algumas das principais críticas que têm sido apontadas à sua gestão, reafirmando o legado positivo que deixou ao atual clube e administração.
Saída com 167 milhões de euros
Uma das principais críticas que Pinto da Costa quis desfazer é a de que a sua administração apenas deixou 8 mil euros aos sucessores, deixando o clube "estrangulado e sem soluções para o futuro". O ex-presidente garantiu que, pelo contrário, "investimos e valorizámos um plantel que permitiu à atual administração, apenas na primeira metade da época, um encaixe de 167 milhões de euros".
Além disso, Pinto da Costa referiu outras parcerias e acordos de financiamento vantajosos, bem como um encaixe pendente de 20 milhões de euros com a transferência de Otávio para o Al Nassr.
Críticas à auditoria forense
Relativamente à auditoria forense, Pinto da Costa afirmou que as conclusões "foram ao encontro do que quem as encomendou pretendia", considerando que foram lançadas "informações descontextualizadas". O antigo dirigente explicou que as contas da SAD foram sempre auditadas pelas principais empresas do setor, sem que algo irregular tivesse sido assinalado.
Quanto às despesas de representação aprovadas pela Comissão de Vencimentos, Pinto da Costa garantiu que sempre existiram e são uma prática aceite no universo empresarial.
Comissões de transferências
Pinto da Costa considerou ainda que não se identificou "qualquer ilegalidade ou discrepância relevante" nos pagamentos de comissões em transferências de jogadores, em comparação com a prática de outros clubes. O ex-presidente espera que a investigação prossiga para apurar se os valores referidos como indevidos pela auditoria se verificam, assumindo-se então as consequências.
Numa crítica implícita à atual direção do FC Porto, liderada por André Villas-Boas, Pinto da Costa reforçou que "não é fácil dirigir um clube com a dimensão e ambição do FC Porto", mas garantiu que "foi o modelo de gestão" que liderou que permitiu os "inúmeros sucessos desportivos" do clube, nacional e internacionalmente.
No final, Pinto da Costa desejou «um FC Porto ganhador, no futebol e em todas as modalidades, em Portugal e nas competições internacionais, no presente e no futuro, esteja quem estiver a dirigi-lo».