Refúgio portuense em Antuérpia: apaixonados pelo FC Porto lamentam não poder ver o clube ao lado

  1. O restaurante Paraíso do Paladar, em Antuérpia, é um refúgio sagrado para os portugueses.
  2. Nelson e Isabel Cabrita, proprietários do restaurante, têm recebido futebolistas portugueses do Royal Antwerp.
  3. Nelson encontrou Antuérpia por acaso após desistir de uma oferta de trabalho na Líbia.
  4. Os belgas apreciam pouco a francesinha, um prato típico do Porto, servido no Paraíso do Paladar.
  5. Nelson e Isabel sentem a saudade de casa e lamentam não poderem assistir ao jogo do FC Porto na Liga dos Campeões.

Abraçados por uma mistura de nostalgia e paixão pelo FC Porto, Nelson e Isabel Cabrita encontram-se a milhares de quilómetros de casa, mas o clube continua a ser uma parte importante das suas vidas. Em Antuérpia, onde abriram o restaurante Paraíso do Paladar, o casal portuense tem encontrado algum conforto ao servir boa comida e receber compatriotas nostálgicos. No entanto, com o jogo do FC Porto na Liga dos Campeões a acontecer a poucos quilómetros de distância, sentem-se desolados por não poderem testemunhar o clube do coração ao vivo.

«Tentámos os bilhetes, mas só havia 1000 para os portistas e foram todos. O nosso FC Porto aqui ao lado e não o vamos poder ver», lamenta Isabel. Estabelecida em Antuérpia há 14 anos, esta é a primeira vez que Isabel recebe o clube do coração nesta cidade adotiva.

Nelson, o cozinheiro talentoso por trás das deliciosas iguarias servidas no Paraíso do Paladar, compartilha a sua própria jornada de como acabou nesta cidade belga: «Ia para a Líbia, com um bom contrato, mas rebentou a guerra e fiz meia volta. Acabei na Bélgica, percorri várias cidades e fiquei em Antuérpia. Era funcionário desta casa, a anterior proprietária faleceu, adquiri o espaço aos filhos e aqui estou.»

O restaurante tem sido conhecido como um ponto de encontro para muitos futebolistas portugueses que jogam no Royal Antwerp, incluindo nomes como Ivo Rodrigues, David Simão, Dinis Almeida e Aurélio Buta. Isabel expressa o seu carinho por estes jogadores, afirmando: «O Ivo Rodrigues é como um filho para nós. Espero que o clube volte a contratar portugueses.»

Apesar da clientela do Paraíso do Paladar ser principalmente belga, o casal faz questão de trazer um sabor autêntico de Portugal. Porém, Nelson observa que a francesinha, um prato típico do Porto, não é tão apreciada pelos belgas: «Até fazemos muito bem uma francesinha, mas eles apreciam pouco. Para o belga comum é demasiado picante.»

Após uma refeição deliciosa, a chuva dá uma trégua e o casal abandona o restaurante com um sorriso. Mesmo tão longe de casa, Nelson e Isabel sentem-se orgulhosos das suas raízes e do seu amor pelo FC Porto. O futebol pode ter levado Nelson a Antuérpia, mas o seu coração permanece fiel à cidade do Porto e aos Dragões.

Enquanto desfrutam da sua vida em Antuérpia, Nelson e Isabel continuam a sonhar com o dia em que poderão ver o seu amado clube atuar ao vivo. Para eles, não há lugar como a nossa terra, a terra do FC Porto.

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