Num ano que é visto como o início da era de André Villas-Boas no FC Porto, o clube tem vivido uma temporada marcada por uma realidade financeira sólida, mas com dificuldades desportivas que ameaçam os seus objetivos.
Se no plano económico os dragões têm dado provas de competência, como atesta o rendimento de 100 milhões de euros com as vendas de Galeno e Nico González, dentro de campo a equipa continua numa fase complicada, distante do topo da classificação. Ainda assim, a vitória de sexta-feira sobre o Sporting pode representar uma prova de vida que encurte a distância para o líder.
Insucesso desportivo
Não há como negar que esta época tem sido marcada pelo insucesso da equipa, com resultados aquém das expectativas, ao ponto de a Supertaça Cândido de Oliveira, conquistada sobre o Sporting no verão, não servir para esconder essa realidade.
Como disse o presidente Pinto da Costa, «o universo azul e branco, habituado a grandes feitos do seu clube, ainda está deprimido e tem razões de sobra para tal sentimento». O empate em Vila do Conde a duas bolas foi mais um duro revés, ainda que a equipa tenha dado sinais de melhoria, com alguns jogadores a revelarem «uma falta de confiança gritante».
Transparência e gestão financeira
Apesar das dificuldades desportivas, a transparência, relação com os sócios, credibilização, boas práticas e gestão financeira é um trabalho «que está a ser feito de forma criteriosa e correta», como frisou Pinto da Costa, procurando a almejada sustentabilidade para os próximos anos.
Os mais de 100 milhões de euros que entraram nas contas da SAD com os negócios Galeno e Nico González, a que se juntará a compra obrigatória de Fran Navarro pelo SC Braga a troco de 2,7 milhões de euros no verão, permitem a André Villas-Boas «gerir de forma mais desafogada a vida do clube», mas o presidente dos azuis e brancos «sente que a equipa poderia (e deveria) dar mais no campo».
Mudanças necessárias
Segundo Pinto da Costa, a aposta em Vítor Bruno «não correu de feição», tendo o treinador encontrado «um balneário com alguns jogadores contrariados e sem o foco no coletivo». Toda essa conjugação de fatores, «aliada à falta de recursos financeiros para apostar mais em força no plantel no passado verão, explica, em parte, o insucesso desportivo».
Martín Anselmi, o novo diretor-desportivo, «tenta formar um núcleo duro, visando já a próxima época, ainda que nesta tenha a ambição de fazer o melhor possível».