Após o empate 1-1 entre o Santa Clara e o FC Porto, em que o guarda-redes Gabriel Batista, do clube açoriano, foi considerado o herói da partida ao defender uma grande penalidade de Galeno, o guardião denunciou nas suas redes sociais insultos racistas e ameaças de morte de que foi alvo no final do jogo. Esta situação levou o Santa Clara a condenar, em comunicado oficial, os «comentários racistas e xenófobos» dirigidos ao guarda-redes e a Galeno, o extremo do Porto.
Em declarações à agência Lusa, na sua primeira intervenção pública sobre os insultos e ameaças de que foi alvo, Gabriel Batista recorda que o desporto deve ser um momento de inclusão e que o racismo é um crime.
«O desporto é um momento de inclusão»
«Deixa-me muito triste que estas coisas ainda aconteçam. Infelizmente, na vida, isto não devia acontecer. O desporto é um momento de inclusão. Todos tentam participar. Entendemos a frustração do adepto e essa frustração pode ir até certo ponto. Quando vai para além disso, o racismo é um crime», frisou.
Gabriel Batista aproveitou ainda para manifestar a sua solidariedade com o extremo do Porto: «Gostaria de expressar a minha solidariedade com o Galeno e com todos os outros atletas que sofrem com isto. Não só aqui em Portugal, isto acontece em qualquer parte do mundo.» E apelou ao combate ao racismo: «Esta é uma luta que temos de continuar a travar. É inaceitável.»
«Mostramos que somos uma equipa muito forte»
Para o guarda-redes, a equipa fez história, e expressou a «força coletiva» e a «resiliência defensiva» no Dragão: «Já mostrámos que quando estamos 100% focados e concentrados, somos uma equipa muito forte e muito difícil de bater.»
Foi a primeira vez que os açorianos não saíram derrotados da casa dos 'azuis e brancos' num total de 12 jogos disputados entre as duas equipas.
Gabriel Batista está na sua terceira época no Santa Clara e tem sido uma das figuras em destaque esta temporada do clube açoriano, que se encontra atualmente no quinto lugar da Liga Portugal, com 32 pontos.