A gestão financeira da FC Porto SAD tem sido motivo de preocupação para os adeptos, devido ao impacto que pode ter nos objetivos desportivos do clube. No entanto, o administrador financeiro, Fernando Gomes, prevê melhorias no balanço do primeiro semestre, que ajudarão a esbater o prejuízo causado pelo adiamento da venda de Otávio.
O adiamento da venda do médio internacional português para a reta final da janela de transferência de verão resultou em um prejuízo líquido consolidado negativo de 47,627 milhões de euros para a FC Porto SAD em 2022/23.
Segundo Gomes, o adiamento da venda de Otávio foi resultado do risco assumido pela administração do clube. Ele explicou: 'O Otávio tinha uma cláusula de rescisão fora do comum, já que tinha um valor até 15 de julho, que era de 40 milhões de euros, e outro a partir daí, de 60 milhões de euros. Ou seja, se o tivéssemos vendido até 30 de junho, receberíamos 40 milhões de euros. Depois dessa data, iríamos encaixar 60 milhões de euros. Foi o risco que a administração, e sobretudo, o nosso presidente [Jorge Nuno Pinto da Costa], correu.'
No entanto, Gomes ressalta que o défice apresentado no balanço financeiro será compensado até o final do ano com a receita proveniente da venda de Otávio e da participação na Liga dos Campeões. Ele afirmou: 'Evidentemente, não gostaria que assim fosse. Gostava de mostrar aqui um resultado positivo e, ainda assim, vender Otávio por 60 milhões de euros, mas isso não existe.'
Otávio foi vendido aos sauditas do Al Nassr por 60 milhões de euros, tornando-se a venda mais cara na história do FC Porto. Gomes descreveu o negócio como um jogo de póquer, no qual o presidente do clube arriscou e obteve resultados positivos. Ele destacou: '[O negócio] Foi um jogo de póquer do presidente. A corda poderia ter rompido. Foi uma gestão de risco, que acabou por ter resultados positivos.'
Apesar do prejuízo financeiro, Gomes está confiante de que o clube conseguirá equilibrar as contas. Ele explicou: 'Fazendo um exercício prático: existindo 60 milhões de euros da venda de Otávio, mais 43 milhões de euros do acesso à Liga dos Campeões, só aqui já estão 103 milhões de euros. O segundo semestre começou com resultados positivamente fortes, algo que não se conseguiu em outros anos. Isto leva-me a crer que, se as coisas correrem conforme estão previstas, vamos ter um excelente resultado.'
No entanto, Gomes reconhece a necessidade de vender ativos durante a reabertura do mercado em janeiro de 2023. Ele afirmou: 'Esperamos não ter necessidade de fazer qualquer venda em janeiro. Agora, o mercado funciona em janeiro e temos jogadores com cláusulas de rescisão que podem ser batidas pelos concorrentes. Nunca podemos assegurar que não vendemos em janeiro.'
Apesar dos desafios financeiros, a FC Porto SAD está focada em alcançar sucesso desportivo e financeiro, e espera-se que o clube encontre soluções viáveis para equilibrar suas contas.