Sete meses depois de ter sido eleito presidente do FC Porto, pondo fim a 42 anos de presidência de Pinto da Costa, André Villas-Boas analisou os primeiros tempos como líder dos dragões e deixou uma garantia em relação ao futuro do clube.
Em declarações ao jornal francês L'Équipe, o presidente do FC Porto revelou que a situação financeira do clube era muito delicada quando assumiu o cargo, chegando a haver apenas «oito mil euros na conta». Villas-Boas explicou que foi necessário «refinanciar a dívida do clube» e «angariar 15 milhões de euros no imediato para cobrir os salários dos funcionários e dos jogadores», uma vez que «a situação estava no limite».
Dívida do FC Porto refinanciada
«Contactámos instituições internacionais para refinanciar a dívida do clube. Conseguimos angariar 115 milhões de euros a 5,62%, quando a dívida do FC Porto era, até então, indexada a taxas entre 8% e 13% ao ano», revelou Villas-Boas, acrescentando que «se não tivéssemos sido eleitos, penso que o clube teria sido vendido a um fundo americano, dentro de um ou dois anos, no máximo».
O presidente dos azuis e brancos explicou que a situação era «dolorosa», uma vez que «tinha de deixar à espera pessoas que ganham mil euros por mês para o clube recuperar e poder fazer o pagamento». Villas-Boas destacou ainda que «muitos jogadores ficaram livres» e «houve muito dinheiro pago a intermediários», com apenas «10% do valor das vendas a entrar nos cofres» do FC Porto.
Mudanças na estrutura do clube
Apesar das dificuldades vividas, Villas-Boas afirmou que o clube está, agora, «mais saudável», com a «progressão de 30% para 40% da receita comercial». O presidente do FC Porto revelou também que foram feitas «mudanças na estrutura do clube», com a substituição do diretor desportivo, do responsável pela formação, do departamento de desempenho, do futebol feminino e do scouting.
Neste momento, o FC Porto enfrenta alguns desafios, tanto a nível desportivo como de assistência nos jogos. No entanto, Villas-Boas e a sua equipa estão empenhados em «reconquistar os adeptos e devolver o FC Porto aos tempos de glória», com a estabilização financeira do clube a ser uma prioridade.