O antecessor de Xavi no cargo de treinador acredita que essas contratações trazem qualidade imediata, mas não são sustentáveis a longo prazo, e que o Barcelona deveria apostar mais em jogadores jovens.
Em declarações à imprensa, durante a Koeman Cup, um torneio de golfe solidário, onde estavam presentes ex-jogadores e personalidades do mundo do desporto, como Pep Guardiola, treinador do Manchester City, o neerlandês fez questão de realçar a sua posição em relação à atualidade do Barcelona: "Penso que a estrutura do clube tem de ser [pensada] para os próximos anos e não para dois ou três. Vendo as coisas de fora, penso que as transferências podem ser discutidas. Pode discutir-se sobre os anos dos jogadores ou se é o futuro. Nem financeira nem desportivamente, o futuro está a ser muito considerado", afirmou Koeman.
"Gosto da chegada de Gündogan, porque é um grande jogador, mas para um clube que tem de olhar para o futuro penso que a estrutura tem de ser para os próximos anos. Não se pode discutir sobre Gündogan ou Lewandowski, mas penso que é apenas por dois ou três anos. Não se pode contratar jogadores assim todas as épocas. Acho que é melhor contratar jogadores de 22 anos, não de 32 ou 34", defendeu.
Em relação à possível chegada de Oriol Romeu como substituto de Sergio Busquets, Koeman defendeu que a contratação se adequa, mas também questionou se seria um projeto de futuro: "Romeu é um jogador deste nível. Demonstrou-o no Girona. Ele pode ocupar muito bem esta posição, mas estamos a falar de outro jogador que já está na sua idade [n.d.r. Romeu tem 31 anos] Sou a favor que se contrate alguém que possa ficar mais anos", disse.
Sobre Nico González, jogador que tem vindo a ser associado ao FC Porto por empréstimo, mas que já foi confirmado por Xavi na pré-época do Barcelona, Koeman entende que se deva priorizar as opções que se tem à disposição dentro do plantel, antes de se pensar em contratar alguém de fora.
"São decisões do clube. O Nico González já foi para o Valência. É um jogador jovem que pode ocupar uma posição que o Barça precisa. É sempre preciso olhar para o que temos no nosso país antes de contratar alguém de fora."
Sobre a sua relação com Joan Laporta, Koeman preferiu não entrar em detalhes, mas deixou claro que não ficou satisfeito com o tratamento do presidente do clube.
"Eu sei que existe o risco de ser demitido como treinador quando as coisas não vão bem, isso não é a primeira vez que acontece comigo. Mas é a forma como tratam uma pessoa importante para o clube. Para mim, não foi um tratamento muito honesto, e tenho os meus pensamentos sobre isso".