As recentes derrotas do FC Porto com a Lázio, pelo "timing" dos golos sofridos, e com o Benfica, pela dimensão dos números (4-1), levantaram questões em redor da consistência defensiva dos dragões. Para lá de Vítor Bruno, a articulação do quarteto formado por Martim Fernandes, Nehuén Pérez, Tiago Djaló e Moura concentrou grande parte das críticas que se seguiram ao duplo desaire.
Não faltou quem apontasse a pouca experiência individual e conjunta dos quatro jogadores, que perfazem uma média de 22,75 anos, como aspeto a rever.
Uma linha recuada muito jovem
O JOGO fez as contas e constatou que, para encontrar uma linha recuada mais jovem no Dragão, é preciso recuar até à época 2012/13, quando Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro acumulavam, entre si, uma média de idades de 22,5 anos, o que não os impediu de ajudarem o FC Porto a sagrar-se campeão nacional, com Vítor Pereira ao leme.
Olhando para a campanha em curso, fica claro que a "combinação" de eleição de Vítor Bruno na defesa espelha a renovação do plantel, especialmente por comparação com 2023/24, em que a idade média da defesa ascendia aos 31,25 anos. Para esse número muito contribuiu a presença do capitão, Pepe, que fechou a época transata - e a carreira - com 41 anos.
Aposta na maturação
O treinador do FC Porto, Vítor Bruno, tem-se mostrado alerta para estes dados. Ainda antes do clássico da Luz, salientou que há «questões que não se podem desprezar». «Temos uma linha defensiva nova, com jogadores que chegaram nos últimos dias de mercado e tudo isto leva tempo a ser construído e a ganhar robustez», referiu o técnico.
Apesar do "debacle" em casa do Benfica, não é de esperar que Vítor Bruno deixe cair o quarteto que, na antecâmara de Roma, contribuiu de forma sólida para uma série de cinco jogos sem sofrer. Dia 24, na Taça de Portugal, deverá haver mexidas, mas, no regresso da Liga Europa, é de acreditar que Martim, Nehuén, Djaló e Moura surjam novamente juntos no reduto recuado, até para... maturarem.