FC Porto enfrenta risco de sanção da UEFA por não cumprir indicador financeiro

  1. Acumulado negativo de 55 milhões de euros nos últimos 2 anos
  2. Défice de 55 milhões de euros 'em consideração na época 2024/2025'
  3. Incumprimento não afeta indicador de solvabilidade/overdue payables
  4. Novo acordo com Ithaka traz 50 milhões de euros

Herança pesada da anterior Administração


Mercê de uma herança pesada herdada da anterior Administração, que deixou um acumulado negativo na ordem dos 55 milhões de euros nos últimos dois exercícios (2022/2023 e 2023/2024), o FC Porto corre o risco de ser castigado pela UEFA por não cumprir um dos critérios de monotorização das contas feita pelo organismo que tutela o futebol europeu.

Incumprimento do indicador de estabilidade/football earnings


O incumprimento prende-se com o denominado indicador estabilidade/football earnings — que estipula que o eventual défice entre despesas e receitas relevantes para a UEFA não pode exceder os 5 milhões de euros, sendo que o buraco do FC Porto no período «em consideração na época 2024/2025» é de 55 milhões de euros (balanço negativo de 43 milhões de euros em 2022/23 e de 12 milhões de euros em 2023/24).


De acordo com o FC Porto, «este incumprimento em nada interfere no indicador solvabilidade/overdue payables, que foi o que levou a multa da UUEFA de 1,5 milhões de euros e a uma pena suspensa de um ano de não participação competições europeias.»

Diálogo com a UEFA e plano de ação


A situação obrigará a uma monitorização maior na linha dos controlos trimestrais a que a SAD tem sido submetida e a um diálogo permanente com os responsáveis da UEFA, com uma possível ida à sede do organismo, em Nyon, na Suíça, para explicar em detalhe as contas.


Segundo o FC Porto, «no limite, poderá multar os dragões num valor baixo, tanto mais que os novos responsáveis do clube pretendem apresentar um acordo com as metas que se propõem a atingir para neutralizar esse défice um pouco acima dos 50 milhões de euros.»

Herança onerosa da anterior Administração


Convém ainda frisar que a Administração liderada por André Villas-Boas herdou uma dívida de 97 milhões a clubes e agentes até junho 2025 e apenas sete milhões de euros de receitas provenientes de clubes, já que tudo o valor restante havia sido antecipado pelos seus antecessores.


Segundo uma fonte do FC Porto, «a perspetiva de solucionar este imbróglio é grande e o FC Porto «estima o cumprimento» do indicador da estabilidade quando for somada a época 2024/2025 às duas anteriores, juntando a isso o «aporte de capital no montante de 50 milhões de euros» ocorrido em outubro no âmbito do acordo com a Ithaka para partilhar as receitas comerciais do Estádio do Dragão até 2049.»