Fredy Guarin: a luta contra a depressão e o alcoolismo após o fim da carreira

  1. Em 2025, Guarin será embaixador nos Estados Unidos América, numa campanha de saúde mental de atletas
  2. «Foram seis meses que me fizeram sentir o homem mais feliz do mundo», recordou sobre a sua passagem pelo Vasco da Gama, do Brasil
  3. Guarin, de 38 anos, deixou o futebol em 2021, após o fim do seu contrato com os colombianos do Millonarios

Uma carreira brilhante na Europa


Fredy Guarin, de 38 anos, foi um dos médios mais talentosos da sua geração. Destacou-se no FC Porto, antes de se transferir para o Inter Milão e representar também clubes como Boca Juniors, Vasco da Gama e Shanghai Shenhua. Após uma carreira de sucesso, o antigo internacional colombiano abriu o coração sobre os seus problemas pessoais após o fim da sua carreira futebolística.

A depressão e o alcoolismo


Em entrevista ao programa 'Los Informantes' da Rádio Caracol, da Colômbia, Guarin revelou a sua luta contra a depressão e o alcoolismo. «O vício do álcool começou quando ingressei no Inter Milão e agravou-se quando me mudei para o Brasil», confessou o ex-jogador, que atualmente se encontra numa clínica de reabilitação em Envigado, na Colômbia.

Guarin explicou que o alcoolismo o acompanhou durante grande parte da carreira, chegando mesmo a beber «50, 60, 70 cervejas por noite». «Conseguia gerir muito bem, embebedava-me dois dias antes do jogo e funcionava. Ganhávamos, eu marcava um ou dois golos. Trabalhava mais do que quando não bebia», contou.

Uma tentativa de suicídio


O antigo médio centro revelou que a depressão se agravou durante a pandemia de Covid-19, quando ficou isolado no Rio de Janeiro. «Vivia num 17.º andar e desliguei-me da vida, a minha reação foi atirar-me [da janela]. Havia uma rede na varanda, saltei e ela trouxe-me de volta. Não tinha consciência do que estava a fazer, não sei o que aconteceu», recordou, admitindo que «bebia 50, 60, 70 cervejas por noite» nessa altura.

«A pandemia chegou, não tinha treinos, não tinha grupo, não tinha futebol e não tinha medo. Ia para a favela e ficava com qualquer rapariga. Abandonei-me completamente, fui procurar o perigo. Eu queria adrenalina, ia para ver armas, movimento. Não medi o risco», acrescentou.

Atualmente, Guarin passa os dias a cuidar de cavalos na clínica de reabilitação, onde está há seis meses sem beber. O antigo jogador agradeceu a ajuda de amigos do futebol, como Juan Fernando Quintero e James Rodríguez, que lhe deram apoio nos momentos mais difíceis.