Moura, o lateral do FC Porto que se projeta como uma promessa para a Seleção

  1. Moura chegou às 5 assistências, superando Martim Fernandes e João Mário (4 assistências cada)
  2. Moura está muito perto de uma convocatória para a Seleção Nacional
  3. Moura e Penetra foram companheiros no Famalicão e desenvolveram uma forte amizade
  4. Penetra destaca a humildade e o trabalho árduo de Moura como aspetos que o identificam muito com o lateral do FC Porto

Lateral do FC Porto a fazer história


Desde a partida de Alex Telles, em 2019/20, que não se via um lateral-esquerdo ocupar o primeiro lugar da lista de jogadores do FC Porto com mais assistências numa temporada. A proeza foi alcançada por Moura, que chegou às cinco com o passe para Samu apontar o único golo portista no clássico com o Benfica, deixando para Martim Fernandes e João Mário os restantes lugares do pódio (ambos somam quatro ofertas). Nada que Alexandre Penetra já não perspetivasse quando soube da mudança do ex-companheiro do Famalicão para o Dragão.

Alexandre Penetra elogia ex-colega


«É muito raro ele errar. É fiável, certinho, sabe o que faz bem, aproveita-se disso e é uma garantia de rendimento. Não causa surpresa o impacto, porque ele conhecia o campeonato, estava embalado por grandes épocas sempre a jogar, num clube que já incutia responsabilidade de ganhar», afirma a O JOGO o agora defesa do AZ Alkmaar, reconhecendo-lhe um apetite ofensivo que o distingue. «Dá uma grande profundidade ao corredor esquerdo e defende muito bem. É muito difícil vê-lo ser batido no um para um, posiciona-me muito bem e é muito inteligente a gerir as fragilidades e as mais-valias. Quando um jogador tem isso, está muito perto do sucesso», elogia.

Preparado para o momento


A «experiência em Braga», onde teve a oportunidade de jogar «nas provas europeias», bem como a regularidade em Famalicão, «onde marcou a sua qualidade», fazem Penetra acreditar que Moura estava «preparado para o momento que vive». «Deu um passo para um contexto de maior exigência e não tem defraudado por conhecer tudo o que o envolve: a liga e os rivais. A titularidade tem sido natural. Torço muito por ele. Espero que consiga continuar assim, a fazer muitas assistências e até golos. Mas a certeza é que vai ajudar a equipa da melhor forma. Desejo-lhe o melhor do mundo», atira, antecipando uma chamada à equipa das «Quinas» no futuro. «Ele está realmente muito perto da Seleção. É algo que chegará mais tarde ou mais cedo. Se mantiver este rendimento, e acredito que ainda o vai melhorar, está destinado a isso. Ainda vai conhecer melhor os colegas. A chamada vai acontecer naturalmente», perspetiva.

Amizade além do futebol


O defesa formado no Benfica, que vai dando cartas nos Países Baixos, conviveu de forma muito estreita com Moura em Famalicão e, além de companheiros, abraçaram uma amizade para lá do futebol. «Vários jogadores me marcaram no Famalicão pela amizade e qualidade, mas o Moura é o que mais destaco. É uma pessoa incrível, merece muito o que lhe está a acontecer! Passou por fases complicadas, lesões, momentos com que não contava e superou tudo», lembra. «Deu-me prazer jogar a seu lado, ainda para mais ele ficava com a esquerda e eu com a direita. Tínhamos uma competição saudável para ver quem subia e fazia mais golos e assistências. Ele projetava-se muito mais, tinha chegada ao último terço, eu ficava mais, e fomos conseguindo tirar o melhor de cada um, criando diferenças de um lado e outro», recorda Penetra, convencido que o amigo poderia ter-se afirmado mais cedo «se não fosse a lesão grave» que sofreu nos arsenalistas. «Identifico-me muito com ele, porque é humilde e trabalhador», justifica, em jeito de conclusão.