A defesa de Fernando Saul, um dos arguidos na Operação Pretoriano, revelou ter requerido a audição para memória futura do ex-presidente do FC Porto, Pinto da Costa. A advogada do antigo responsável, Cristiana Carvalho, confirmou esta informação à saída do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, onde prosseguiu hoje a visualização de vídeos requerida pela defesa dos arguidos.
Segundo Cristiana Carvalho, o objetivo é assegurar o depoimento de Pinto da Costa, dada a sua idade avançada, uma vez que «a lei dá essa permissão». A jurista defendeu que o ex-presidente do clube é uma «figura fundamental e central» para a compreensão dos acontecimentos durante a Assembleia Geral (AG) extraordinária do FC Porto, a 13 de novembro de 2023, que está no centro da Operação Pretoriano.
Requerimento justificado pela falta de provas
Cristiana Carvalho começou por afirmar que Fernando Saul «não deve ir a julgamento», uma vez que «não há indícios ou provas que consubstanciem aqueles crimes». Porém, «jogando pelo seguro», a defesa entende que será necessário ouvir Pinto da Costa.
«Atendendo à sua idade, e a lei dando essa permissão, ele [Pinto da Costa] poderá ser ouvido em instrução para memória futura», acrescentou a advogada.
Visualização de imagens prossegue no tribunal
Sobre a sessão de hoje no TIC, a jurista contou que continuaram a ver as imagens, das mais de 20 horas de imagens em bruto das câmaras de videovigilância do Dragão Arena, e que foram marcadas novas datas, para continuar a visualização, de 11 a 14 de novembro e também a 18 e 20 do mesmo mês.
«Em princípio, estará terminado dentro de cinco ou seis sessões. Hoje, vimos três vídeos, cada vídeo terá entre duas e três horas, mas apenas estivemos a vê-los, os arguidos não estão a falar sobre eles. Falarão posteriormente sobre alguns excessos se, eventualmente, assim o entenderem», esclareceu.
Decisão instrutória até 7 de dezembro
A decisão instrutória tem de ser conhecida até 07 de dezembro, quando se completarem 10 meses desde a aplicação do regime de prisão preventiva ao ex-líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, o único arguido ainda em prisão preventiva.
Na Operação Pretoriano, o Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões «criarem um clima de intimidação e medo» na AG do FC Porto para que fosse aprovada uma revisão estatutária «do interesse da direção» do clube, então liderada por Pinto da Costa.