Samu abriu o coração: «Tudo o que sou hoje devo-o à minha mãe»

  1. A mãe de Samu emigrou da Nigéria para Melilha
  2. Samu cresceu em Sevilha desde bebé
  3. Os amigos de infância foram fundamentais no seu percurso
  4. O Granada representa o passo mais importante da sua carreira
  5. Samu não guarda rancor ao Atlético de Madrid

Samu, avançado do FC Porto, abriu o coração sobre a sua infância difícil marcada pela escassez de recursos, numa entrevista à edição de outubro da Revista Dragões. O jogador, natural de Melilha, não esquece o apoio incondicional da sua mãe, que emigrou da Nigéria, nem o papel fundamental dos seus amigos de infância no seu percurso.

Samu relembra uma infância complicada, com dificuldades em ter o essencial: «A minha infância não foi propriamente fácil e nunca me cansarei de agradecer à minha mãe por tudo aquilo que fez por nós, por mim e pela minha irmã. Ela é a mulher mais importante da minha vida, tudo o que estou a conseguir agora devo-o e dedico-o a ela, porque foi ela que sempre me apoiou nos bons e maus momentos por que passámos. Muitas vezes não havia o que comer e agora, graças a Deus, está tudo muito melhor e posso oferecer-lhe a vida que ela merece.»

Sevilha, o berço do seu futebol


Embora tenha nascido em Melilha, após a mãe ter emigrado da Nigéria, Samu cresceu em Sevilha desde bebé. «Eu nasci em Melilha, depois de a minha mãe ter emigrado desde a Nigéria, mas fomos para Sevilha quando eu ainda tinha alguns meses. Foi lá que cresci, sinto-me sevilhano e tenho muito orgulho disso.»

Os amigos de infância foram fundamentais no seu percurso: «Os amigos de infância? Estiveram sempre ao meu lado desde pequeno e estou-lhes agradecido pelo que fizeram por mim e pelo que continuam a fazer. Estarei sempre agradecido, não só aos meus amigos, mas também a todas as pessoas que me ajudaram a estar onde hoje estou.»

O Granada, a rampa de lançamento


A mudança para o Granada representou um passo importante na sua carreira. «Não posso esquecer o Nervión [em Sevilha], que me acolheu quando ninguém me queria e fez de mim um futebolista. O Granada representa o passo mais importante da minha curta carreira, porque apostou em mim e me foi buscar ao Nervión quando nenhuma equipa sevilhana de relevo mostrou interesse em contratar-me. Tenho de agradecer ao Rafa Salguero, ao Luis Frado e ao José Fernández, os chefes de scouting do clube que apostaram fortemente para que eu pudesse ir para a formação do Granada. Estarei sempre muito agradecido ao Granada por tudo o que me deu esses anos e fico muito contente por poder fazer parte da história do clube.»

Do Atlético ao FC Porto


Mais tarde, Samu chegou ao Atlético de Madrid, de onde saiu para o FC Porto, mas não guarda rancor: «Não guardo rancor a ninguém, o que passou passou, e estou agradecido ao Atlético por me ajudar a chegar a um clube tão histórico como é o Atleti. A verdade é que só tenho palavras de agradecimento, também para os adeptos, que sempre me apoiaram mesmo que eu não tenha tido a oportunidade de me estrear com a camisola do clube. Fico muito agradecido, aos adeptos e ao clube, por me terem ajudado a estar onde estou hoje.»