Apesar da vitória sobre o Sporting de Braga, o FC Porto ainda procura o equilíbrio entre a dinâmica ofensiva e a solidez defensiva. Vítor Bruno, o treinador interino, conseguiu os três pontos, mas sabe que há ainda muito trabalho a fazer para chegar a uma equipa coesa e competitiva em todas as frentes.
Com os reforços a serem integrados de forma acelerada, os dragões apresentam algumas fragilidades que precisam de ser corrigidas durante a pausa das seleções nacionais. O técnico tem a oportunidade de ajustar a equipa e encontrar o equilíbrio ideal para os desafios que se avizinham.
Uma vitória importante
«No fundo, Vítor Bruno fez aquilo que lhe competia. Garantir, de forma inequívoca e nem que chovessem picaretas, os três pontos que estavam em jogo diante do Braga e que, acima de tudo, permitem que os dragões cheguem à pausa para as seleções com o sentimento de dever cumprido.»
Com este triunfo, o FC Porto chega a outubro com uma Supertaça já conquistada, o segundo lugar no campeonato e a Liga Europa como o seu «calcanhar de Aquiles». É um início de temporada positivo, mas Vítor Bruno sabe que ainda há muito a fazer para que a equipa se torne verdadeiramente competitiva.
A prioridade: o equilíbrio defensivo
A principal preocupação do treinador interino é encontrar o equilíbrio entre a dinâmica ofensiva e a solidez defensiva. O FC Porto apresenta «uma enorme dinâmica ofensiva que, na sua corrente, não é completamente protegida na retaguarda, fazendo com que o futebol vertiginoso dos dragões seja representado nos dois sentidos: do espetáculo e do perigo.»
Esta equação nunca resulta em equilíbrio, e Vítor Bruno sabe que é necessário trabalhar neste aspeto. A entrada de Samu Saiz veio acrescentar qualidade ao ataque, mas também criou novos desafios na transição defensiva que precisam de ser resolvidos.
O papel de Samu Saiz
«Samu tem de entrar em cena porque, em termos individuais, aporta o que nenhum outro dianteiro do FC Porto consegue aportar. E o rendimento individual do espanhol tem disfarçado algumas debilidades dos dragões em absorverem o seu ainda corpo estranho.»
No entanto, a integração de Samu ainda não está completa, e é preciso ajustar a equipa para que possa tirar o máximo partido das suas qualidades. Isso implica encontrar o equilíbrio certo entre a sua posição e a dos restantes jogadores, de forma a não comprometer a transição defensiva.
As peças de encaixe
Questões como a posição de Galeno e Pêpe, bem como o papel dos laterais, são cruciais para que o FC Porto encontre o equilíbrio ideal. Vítor Bruno tem de encontrar a melhor forma de complementar Samu Saiz sem comprometer a dinâmica da equipa.
«É lógico que, quando a transição defensiva não fica salvaguardada, os centrais ficam sobrecarregados com as entradas dos médios, compensações no corredor e natural proteção da zona central.» É neste aspeto que o treinador interino tem de trabalhar.
O lado direito em questão
O lado direito da equipa é uma das principais preocupações de Vítor Bruno. João Mário é um jogador com grande capacidade de desequilíbrio, mas também é «o elo mais fraco da linha defensiva». Já Martim Fernandes, o seu substituto, é «muito certinho no plano defensivo, mas sem a tal ponta de desequilíbrio que é fundamental num espectro de equipa grande.»
O treinador terá de encontrar a solução certa para este setor, de forma a equilibrar a dinâmica ofensiva e a solidez defensiva.
O trabalho na pausa
«Para Vítor Bruno, a pausa para as seleções vem no momento exato. Tempo de afinar a máquina. Continuar a afinar a máquina.» Com a equipa ainda em fase de desenvolvimento, a paragem das seleções será crucial para que o técnico possa trabalhar os ajustes necessários e encontrar o equilíbrio ideal.
As «dores de crescimento» da equipa são sinal de que o FC Porto está no caminho certo, mas é preciso trabalho e tempo para que a equipa se torne verdadeiramente competitiva em todas as frentes.