A relação fragilizada entre Pinto da Costa e Sérgio Conceição

  1. Pinto da Costa considera que «traição» é «uma palavra muito forte» para descrever a saída de Vítor Bruno
  2. Sérgio Conceição considerou «desadequado e pouco assertivo» o comentário de Pinto da Costa sobre a saída de Vítor Bruno
  3. Pinto da Costa revela que as contratações de Zé Luís e Nakajima foram «ruinosas» e associa-as a pressão de Sérgio Conceição

Desde o final de agosto, o relacionamento entre Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, e Sérgio Conceição, treinador da equipa, tornou-se mais distante. A origem deste mal-estar remonta a uma entrevista de Pinto da Costa à TVI, na qual comentou a saída de Vítor Bruno, seu adjunto, para liderar a equipa principal a convite de André Villas-Boas.

Pinto da Costa considerou que o termo «traição» era «uma palavra muito forte», preferindo usar o termo «deselegância». No entanto, Sérgio Conceição considerou essa descrição «desadequada e pouco assertiva», e posteriormente contactou Pinto da Costa para expressar o seu desagrado, lembrando que sempre esteve do seu lado, independentemente dos bons ou maus momentos.

Revelações sobre negócios «ruinosos»


A mais recente polémica surge com a publicação do livro «Azul até ao fim», da autoria de Pinto da Costa. Nesta obra, o antigo presidente do FC Porto revela que as contratações de Zé Luís (12,2 milhões de euros) ao Spartak de Moscovo e de Nakajima (12 milhões de euros, 50% do passe) ao Al Duhail, do Qatar, foram «ruinosas», associando-as a uma certa pressão exercida pelo treinador.

Pinto da Costa esclarece que «não servia de desculpa a pressão que o treinador [Sérgio Conceição] nos fez para a compra desses jogadores, porque os culpados fomos nós em ceder a essa pressão». Esta revelação acaba por responsabilizar indiretamente Sérgio Conceição pela venda de Luís Díaz ao Liverpool por 45 milhões de euros, com um encaixe adicional de até 15 milhões de euros.

A omissão do nome de Sérgio Conceição


O afastamento entre Pinto da Costa e Sérgio Conceição também se reflete na omissão do nome do treinador entre os nomes que o antigo presidente portista quer no seu funeral. Embora Conceição não tenha sido «desconvocado», era expectável que o seu nome constasse da lista, uma vez que é o técnico que mais épocas trabalhou com Pinto da Costa e aquele que devolveu o FC Porto aos títulos numa fase delicada da história do clube.

Estas revelações e a forma como Pinto da Costa as abordou demonstram o atual afastamento entre as duas figuras de topo do FC Porto, abalando uma relação que, durante anos, foi pautada pela confiança e proximidade.

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