Pinto da Costa critica "negócios ruinosos" de Zé Luís e Nakajima no FC Porto

  1. Contratação ruinosa de Zé Luís e Nakajima
  2. FC Porto quase excluído das competições europeias
  3. Venda de Luís Díaz ao Liverpool
  4. Propostas 'lamentáveis' por Vitinha, Fábio Vieira e Taremi
  5. Alegadas tentativas de suborno arquivadas

Num novo excerto do seu livro "Azul até ao Fim", que será lançado este domingo, Pinto da Costa, o ex-presidente do FC Porto, aborda os "negócios ruinosos" que foram as contratações de Zé Luís e Nakajima para o clube.

De acordo com o antigo dirigente, o FC Porto chegou a estar a dois dias de ficar excluído das competições europeias devido a dívidas relacionadas com estas contratações. «Ficámos, a dois dias do prazo dado pela UEFA, num dilema. Ou vendíamos o passe dum jogador ou não íamos às competições europeias. Esta segunda solução, para mim, era inaceitável», conta Pinto da Costa.

Contratações ruinosas de Zé Luís e Nakajima

Pinto da Costa explica que as dificuldades financeiras do clube se deveram «fundamentalmente a dois atos de gestão ruinosos - a compra do José Luís e do Nakajima». O ex-presidente assume que «os culpados fomos nós em ceder à pressão» do treinador Sérgio Conceição para contratar estes jogadores.

«Não servia de desculpa a pressão que o treinador nos fez para a compra desses jogadores, porque os culpados fomos nós em ceder a essa pressão», afirma Pinto da Costa.

Venda de Luís Díaz ao Liverpool

Para resolver a situação, o FC Porto acabou por negociar a saída de Luís Díaz para o Liverpool, uma «saída de um excelente jogador, mas infelizmente inevitável». Segundo Pinto da Costa, o Liverpool apresentou as melhores condições e foi o clube preferido pelo jogador.

Além disso, o ex-presidente revela que nesse verão o FC Porto recebeu propostas pelos jogadores Vitinha, Fábio Vieira e Taremi, que considerou «lamentáveis, pois eram autenticamente um aproveitamento da nossa situação!».

Caso dos emails e alegadas tentativas de suborno

Numa outra passagem do livro, Pinto da Costa aborda também o caso dos emails, criticando o facto de o Ministério Público não ter avançado com uma acusação contra Rui Costa. O ex-dirigente considera que foi uma «maneira inteligente de arquivar coisas graves e ninguém falar disso», referindo-se, por exemplo, a alegados telefonemas de um empresário a tentar subornar jogadores.

«Eu acho que estas acusações de coisas que não vão dar nada... Mesmo contra o Luís Filipe Vieira? Sim, aquelas que não vão dar nada, foi para tapar os olhos com a peneira, porque, entretanto, foram arquivadas coisas, como, por exemplo, telefonemas de um empresário a tentar subornar jogadores para perderem um jogo contra o Benfica, em que há chamadas... Isso foi arquivado. Portanto, eu penso que foi uma maneira inteligente de arquivar coisas graves e ninguém falar disso», afirma Pinto da Costa.