O treinador interino do FC Porto, Vítor Bruno, abordou diversos temas na antevisão do jogo com o Sintrense, da terceira eliminatória da Taça de Portugal. Destacou a qualidade do adversário e a ambição da sua equipa em vencer e avançar na prova.
Vítor Bruno também falou sobre a possibilidade de fazer algumas mudanças no onze inicial, a estreia como treinador principal na Taça e o regresso de Samu aos trabalhos.
Sobre o jogo com o Sintrense
Vítor Bruno destacou que o Sintrense «tem feito uma caminhada excelente a nível interno, não perdeu jogo nenhum até ao momento. Equipa bem trabalhada e bem orientada». O técnico portista garantiu que a sua equipa vai «levar o jogo para onde queremos, olhar para o adversário, respeitá-lo, ser humildes, querer muito ganhar e passar a eliminatória».
Possíveis mudanças no onze
Questionado sobre a possibilidade de fazer algumas mudanças na equipa, Vítor Bruno afirmou que «eventualmente algumas, uns que têm jogado mais se calhar vão continuar a jogar. Quem ficou cá, é verdade que muita gente diz que tem sempre alguma vantagem, eu, concordando com isso, não sou totalmente adepto dessa questão. Quem foi, dependendo do jogador que é, alguns estão cá há mais tempo e num dia conseguem apanhar aquilo que nós queremos, outros que não estão tão metidos no nosso sistema, podem ter mais dificuldade. É casar um bocadinho quem esteve e quem não esteve».
Estreia na Taça de Portugal
Sobre a sua estreia como treinador principal na Taça de Portugal, Vítor Bruno referiu que «a primeira ideia que me ocorre é que não seja uma estreia como a da Liga Europa. Queremos muito jogar. A minha estreia é pouco importante, que seja a 22ª vitória consecutiva na prova, que seja o início de um caminho que queremos chegar o mais longe possível e isso é chegar ao Jamor. Temos de fazer um percurso bem cimentado, com passos seguros, sabendo que há uma eliminatória de cada vez para passar».
O regresso de Samu
Relativamente ao regresso de Samu aos trabalhos, o técnico portista revelou que «regressou apenas hoje aos trabalhos e tive apenas tempo para me cruzar com ele no balneário. Até brinquei com ele, porque numa entrevista disse que eu era o chefe. Disse-lhe: 'Jefe, eu? Não.' E ele disse que sim, que eu era o 'boss'. Falamos ali durante 15/20 segundos, não tocamos nesse tema. Interessa-me olhar para o Samu como jogar do FC Porto e não como ex-jogador do At. Madrid. O que sinto dele é total comprometimento com as ideias e vontade de singrar, isso é ponto assente».
O futuro de Samu
Questionado sobre o receio de perder Samu no mercado de inverno, Vítor Bruno afirmou que «o futuro não conhecemos, é desconhecido para todos. Por isso que temos de viver o presente, é isso que eu quero. Que o Samu viva o presente, que se agarre a ele e o viva com total sentimento, muito metido no jogo dele e nas ideias da equipa. Que tenha esse lado mais adaptativo, de ser moldável, de vestir uma pele diferente dependendo do que o jogo precisa, não ser só o Samu goleador que agora toda a gente vê. E ele tem isso. Não me tem dado provas de não poder contar com ele, está muito metido naquilo que é o trabalho».
Otávio e Tiago Djaló
Sobre a situação de Tiago Djaló e Otávio, Vítor Bruno revelou que «estão aptos para ir a jogo amanhã, qualquer um deles pode jogar. Estão na lista e estão elegíveis. Podem entrar de início, podem começar a partir do banco». Relativamente a Otávio, o treinador portista afirmou que «tem que maturar muito daquilo que são os seus comportamentos, perceber em determinado momento o que o jogo lhe está a pedir. Tem feito essa aprendizagem e o que mais me agrada é essa recetividade dele para poder crescer. Enquanto ele tiver esse tipo de aceitação é alguém com quem podemos contar».
Casos de corrupção no futebol
Questionado sobre o processo instaurado ao Benfica por corrupção desportiva e as escutas no balneário do FC Porto feitas pela PJ, Vítor Bruno afirmou que «parece-me que, em relação aos eventuais casos de que fala, temos pessoas responsáveis e o nosso presidente, do que me parece, sem ter falado com ele, mas das convicções que ele reiteradamente manifesta, é alguém que quer fazer destes casos de corrupção uma bandeira e acabar com isto no futebol português. O que vai fazer ou não, não me compete a mim interpretar ou comentar, nem me fica bem. Muito menos em relação ao Benfica. Tenho de perceber o que se passa na minha casa, no meu balneário, nos jogadores. Tudo o que ultrapassa essa esfera, para mim não é alvo de ser comentado. Isso dá multa».
Assobios dos adeptos
Sobre os assobios dos adeptos, Vítor Bruno reconheceu que «percebo o que ele [presidente Villas-Boas] quer dizer, é percetível. Sobretudo pelo que são as reações dos nossos jogadores, não que os adeptos não tenham direito de se manifestar como querem e bem entendem. para mim são o pilar mais forte de um clube. Mas a partir do momento em que há manifestações de desagrado dos nossos jogadores, percebemos que estamos a mexer com eles. E num balneário tão jovem, não tão estável como queremos que seja, qualquer gesto ou assobio pode mexer com eles momentaneamente. É tentar ser sensível a isso. É preferível um assobio a qualquer outra atitude que possa interferir com a interdição do estádio... Por isso quando tiverem que assobiar que assobiem, obviamente percebendo a insatisfação dos jogadores com isso».