Desde que assumiu a liderança da SAD do FC Porto, André Villas-Boas tem tido como uma das suas principais prioridades a redução da dívida acumulada e do passivo do clube. Consciente de que este é um processo moroso e muito difícil, o treinador tem trabalhado para sanear as finanças do clube.
Nos primeiros cinco meses do seu mandato, Villas-Boas já conseguiu abater 45 milhões de euros em dívidas que a SAD tinha para com clubes e fornecedores. Um trabalho árduo, mas necessário para recuperar a saúde financeira do FC Porto.
Dívidas a clubes e fornecedores
Quando a atual administração assumiu o comando do clube, existia uma dívida superior a 88 milhões de euros a outros clubes, referente a contratações de jogadores nos últimos anos. Desses 88 milhões, já foram pagos 3,77 milhões nos primeiros dois meses e 30,4 milhões no primeiro trimestre desta temporada, baixando o saldo negativo para 54 milhões de euros.
Além disso, a SAD também tinha uma dívida de quase 20 milhões de euros a fornecedores de serviços, que vinha gerando um efeito "bola de neve". Neste caso, a atual administração já conseguiu pagar 11 milhões de euros.
Dívidas a agentes
A maior fatia da dívida do FC Porto, no entanto, está relacionada com os agentes de jogadores. Segundo os dados a que o jornal O JOGO teve acesso, em maio deste ano, a dívida a agentes era de 19,4 milhões de euros em atraso, mais 27,6 milhões de euros por vencer, num total de 47 milhões de euros.
Neste caso, a SAD preferiu aguardar pelos resultados de uma auditoria para conhecer os valores concretos de cada credor, sem realizar qualquer pagamento até lá.
Renegociação de dívidas e nova política de contratações
Para conseguir amortizar estas dívidas, a SAD liderada por Villas-Boas recorreu principalmente à emissão de papel comercial, um instrumento de financiamento a curto prazo. Além disso, as receitas provenientes da participação na Liga Europa e a adoção de uma nova política de contratações, com jogadores mais baratos e sem custos de intermediação, também ajudaram neste processo.
Paralelamente, a SAD também renegociou os prazos de pagamento da restante dívida, o que permitiu ao FC Porto passar no controlo financeiro da UEFA.
Evolução positiva da dívida
Segundo a informação disponível, o passivo da SAD do FC Porto ronda os 500 milhões de euros, sendo que 180 milhões correspondem a dívidas a fornecedores, clubes e agentes. Apesar deste cenário, a atual administração conseguiu uma evolução positiva, com a redução de 45 milhões de euros em apenas cinco meses.
«Herança» de 47 milhões de euros em dívida a agentes aguarda resultados da auditoria, mas os primeiros passos dados por Villas-Boas na redução da dívida do clube são encorajadores.