Os assobios e insultos nos estádios portugueses não são um fenómeno exclusivo do Estádio do Dragão. Na generalidade dos recintos da Liga, os adeptos aplaudem as vitórias das suas equipas e censuram as derrotas ou exibições menos conseguidas.
Segundo o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, esta reação do público portista configura um «tribunal do Dragão», algo que exige uma «reeducação da massa adepta portista». De facto, estes comportamentos negativos não poupam os jogadores mais novos ou os mais experientes, não havendo uma faixa etária mais ou menos imune a este «tribunal num estádio».
A pressão dos adeptos sobre os jogadores
A retórica de alguns treinadores, que sustentam que a «pressão é bem-vinda mesmo que acompanhada de impropérios e de ódio», é, na opinião de alguns especialistas, uma «mentira pegada, uma manobra psicológica destinada a retirar o peso negativo dos ombros dos futebolistas». No entanto, este argumento não convence, pois os jogadores «não são máquinas. Têm pais, mães, irmãos, mulheres e filhos na bancada, e sabem que depois do jogo o sofrimento será distribuído pela família.»
O caso de João Mário, que deixou o Benfica com destino ao Besiktas após compreender que «nunca poderia vencer um estádio em chamas», é um exemplo claro da pressão a que os jogadores são sujeitos.
Momentos de grande espetáculo e emoção
Apesar deste ambiente negativo, houve jogos recentes, como o FC Porto-Man. United e o FC Porto-SC Braga, que ofereceram «momentos de grande espetáculo e emoção», enquanto o Sporting-Casa Pia foi «um autêntico bocejo, ainda assim nunca merecedor de assobios ou algo do género».
Em suma, a reação exacerbada dos adeptos portugueses às derrotas e exibições menos brilhantes das suas equipas, ferindo jogadores e suas famílias com assobios, insultos e ódio, é um fenómeno que precisa de ser urgentemente revisto e reeducado.