Família Madureira envolvida em alegado esquema de venda de bilhetes no FC Porto
Desde há mais de 25 anos que o apelido Madureira anda de mãos dadas com a claque dos Super Dragões do FC Porto. Foi neste grupo que Sandra e Fernando Madureira se conheceram, no final da década de 80, quando ele tinha apenas 14 anos. O casal teve três filhos, sendo que a mais velha, Catarina, terá assumido o alegado esquema de venda de bilhetes que terá rendido centenas de milhares de euros à família ao longo dos anos. Neste negócio estarão também envolvidos os avós da primogénita de Fernando Madureira e até uma bisavó.
Operação Bilhete Dourado
A Operação Bilhete Dourado é uma investigação conduzida pelo Ministério Público onde existem suspeitas de um conluio entre funcionários ligados ao FC Porto e uma empresa associada com membros dos Super Dragões para a venda de bilhetes no chamado «mercado negro». Esta operação surge depois da Operação Pretoriano, colocando novamente o universo azul e branco do FC Porto envolvido num caso relacionado com a justiça.
Já foram constituídas 13 pessoas como arguidas neste caso e o treinador André Villas-Boas prometeu estar atento e colaborar com a justiça portuguesa. Em campanha eleitoral, o atual presidente do FC Porto, Pinto da Costa, prometeu ser «implacável» na defesa do clube.
Impunidade e privilégios nas claques
O antigo jogador de futebol Pedro Henriques admite que as autoridades tenham demorado a dedicar-se a tentar perceber este contexto no FC Porto, uma vez que «tinham outras prioridades». Henriques refere também que reinava a «impunidade total» e que não acredita que este seja um problema exclusivo do FC Porto, mas sim «um problema mais vasto, sempre difícil de controlar por causa da questão das claques».
O ex-futebolista salienta ainda que mesmo entre os sócios do FC Porto «havia essa revolta» relacionada com a questão dos bilhetes, uma vez que as claques teriam «direitos soberanos em relação aos outros sócios». Henriques aponta também aos «sinais exteriores de riqueza do líder da claque», afirmando que «no Porto chove bastante mas não chovem euros».
