Na quinta-feira, os antigos ciclistas da W52-FC Porto e os dirigentes da equipa enfrentarão o início de um julgamento que promete abalar o mundo do ciclismo. Eles são acusados de tráfico e administração de substâncias e métodos proibidos, práticas que mancham a integridade do desporto. O julgamento será realizado no pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira e está previsto para durar até 28 de junho.
Não menos que 26 arguidos estarão no banco dos réus, todos eles respondendo pelo crime de tráfico de substâncias e métodos proibidos. No entanto, apenas 14 deles também serão julgados por administração dessas substâncias. Entre os réus, estão antigos ciclistas como João Rodrigues, Rui Vinhas e Daniel Mestre, além dos dirigentes da W52-FC Porto, como o 'patrão' da equipa, Adriano Quintanilha, e o então diretor desportivo Nuno Ribeiro.
Segundo o Ministério Público, os arguidos teriam desenvolvido um esquema para aumentar a rentabilidade dos ciclistas, recorrendo a práticas dopantes, como manipulação sanguínea e o consumo de substâncias proibidas. O MP alega que Nuno Ribeiro, aproveitando sua posição de autoridade, teria promovido o consumo dessas substâncias entre os ciclistas da equipa.
A acusação também destaca a existência de um verdadeiro 'esquema de doping' dentro da equipa, com elementos de prova encontrados em diferentes locais relacionados aos ciclistas e dirigentes. Em 2022, durante o Grande Prémio O Jogo, a Polícia Judiciária realizou buscas que resultaram na apreensão de seringas, agulhas e substâncias dopantes.
Atualmente, a maioria dos ciclistas já está cumprindo sanções por doping, enquanto o processo de Jorge Magalhães ainda está em andamento na instância desportiva. O julgamento traz à tona uma situação preocupante no desporto e espera-se que seja feita justiça e tomadas medidas para evitar casos semelhantes no futuro.