No passado fim de semana, o futebol foi manchado por dois eventos lamentáveis de racismo, desta vez em Inglaterra e Itália. Durante os jogos do Sheffield Wednesday e da Udinese, adeptos foram flagrados fazendo gestos racistas para jogadores adversários, sendo que as câmaras televisivas captaram tudo. No caso da Serie A, o guarda-redes do Milan, após ser alvo de insultos racistas, alertou o árbitro e decidiu abandonar o campo, sendo seguido pelos seus colegas.
Gianni Infantino, presidente da FIFA, não ficou indiferente a estes acontecimentos e manifestou a sua indignação: "Estamos cansados desta situação. Não podemos aceitar que, em pleno século XXI, ainda exista racismo no futebol. É uma vergonha para o desporto e para a humanidade." Infantino propôs uma medida drástica para combater este problema: "A minha proposta é que a equipa cujos adeptos interrompam jogos devido ao racismo seja considerada derrotada. Temos que tomar medidas firmes para erradicar este flagelo do futebol." No entanto, antes de implementar esta medida, é necessário fazer um uso mais eficaz das ferramentas e leis já existentes.
O racismo no futebol é um problema crescente e preocupante, tanto a nível global como em Portugal. Apesar dos esforços com campanhas de sensibilização e punições, ainda há muito por fazer para combater esta abominação. O jogador brasileiro Vinícius Jr., do Real Madrid, tem sido uma das vozes mais ativas na denúncia do racismo no futebol. No entanto, mesmo ele não está imune a este tipo de comportamento, como aconteceu recentemente num dérbi de Madrid, onde foi alvo de cânticos racistas. É fundamental que todos os intervenientes no futebol, desde jogadores, clubes, autoridades e até adeptos, estejam unidos na luta contra o racismo.
Em Portugal, o caso mais mediático dos últimos anos foi o de Moussa Marega, jogador do FC Porto, que decidiu abandonar o campo após ser alvo de insultos racistas num jogo em Guimarães. No entanto, o desfecho deste caso deixou muito a desejar, com punições leves e alegações questionáveis. É necessário que as autoridades ajam com mais firmeza e determinação para punir os responsáveis por estes atos deploráveis.
No entanto, combater o racismo no futebol não é apenas uma tarefa para as entidades desportivas. É necessário uma mudança de mentalidade e uma sociedade mais inclusiva e livre de discriminação. A educação e a prevenção são fundamentais para erradicar este flagelo. Todos nós, enquanto sociedade, temos a responsabilidade de fazer mais para que o racismo perca em todos os campos.