No que respeita ao mercado, Mehdi Taremi continua no olho do furacão. A única certeza, neste momento, é que a SAD portista não está disposta a baixar muito o valor de referência para transferir o atacante iraniano: €30 milhões. É metade do valor da cláusula do rei dos golos da última edição da Liga, dinheiro que o Milan, clube que há muito tempo tem Taremi na agenda, não está disposto a dar por um atacante que amanhã celebra 31 anos e está em final de contrato.
O Inter está atento a um processo que está nas mãos da Gestifute, de Jorge Mendes, agente com contactos privilegiados em vários mercados, inclusivamente o inglês. A Premier League é a preferida do goleador, desde que os clubes em causa estejam na Liga dos Campeões ou tenham, no mínimo, projeção mundial e intenção de marcar presença na milionária prova da UEFA. Como A BOLA deu conta, o Milan terá sugerido à equipa que faz intermediação do negócio um contrato de quatro anos para Taremi.
Não houve contacto pessoal com o iraniano, nem isso seria possível sem a autorização do FC Porto, portanto, não há termos pessoais negociados nem com o Milan, nem com outra equipa. A proposta de €15 milhões dos italianos chegou ao FC Porto através de uma outra empresa, sendo descartada pela SAD dos azuis e brancos por estar manifestamente distante do pretendido.
Taremi, por seu turno, está tranquilo e integrado no estágio do Algarve que começou hoje, no Vale do Garrão, ciente de que até agosto continuará a ver o seu nome associado a várias equipas do topo, mas com o foco virado para a pré-época e estimulado pelo desafio de continuar a ser a referência goleadora do FC Porto, agora com um novo concorrente no setor, Fran Navarro.
O FC Porto detém 85 por cento dos direitos económicos de Taremi. O avançado tem os restantes 15 por cento. Ao colocar a fasquia nos €30 milhões, a SAD respeita as regras de um bom negociador: pede muito na expectativa de surgirem propostas perto do valor máximo, evitando passar a ideia de que Taremi está em saldos por terminar contrato em 2024. Do ponto de vista desportivo, manter o melhor marcador da época passada (22 golos na Liga, 9 nas restantes competições) vale o sacrifício de recusar propostas pouco mais altas que os €12/€15 milhões.
Olhando à percentagem do passe que o clube tem, subtraindo o que Taremi custou, que foi pouco, €4,7 milhões, e os encargos inerentes a uma transferência, a mais-valia daí resultante não resolveria os problemas dos azuis e brancos. Mantendo a exigência na casa dos €30 milhões, a SAD espera que até agosto surjam propostas (sempre) acima dos €20 milhões, que, naturalmente, serão objeto de cuidadosa análise do FC Porto e de Taremi.
