Ultrapassadas duas Assembleias Gerais importantes no FC Porto, é possível tirar algumas conclusões sobre o atual estado do clube. A primeira Assembleia Geral teve uma grande mobilização dos associados, com cerca de 5000 pessoas presentes, e acabou por ser marcada por incidentes graves. A proposta de alteração estatutária em discussão foi retirada e uma nova Assembleia Geral foi cancelada.
Recentemente, uma segunda Assembleia Geral destinada a votar as contas desastrosas do clube contou com cerca de 900 participantes. Apesar das críticas à gestão de Pinto da Costa, as contas foram aprovadas com 53% dos votos a favor.
Durante este evento, André Villas-Boas aproveitou a oportunidade para criticar abertamente a gestão de Pinto da Costa, trazendo o duelo eleitoral de 2024 para outro patamar. No entanto, as críticas do antigo treinador não ficaram sem resposta. Pinto da Costa atacou AVB com argumentos de mau gosto, incluindo a declaração ofensiva: 'se calhar achou que eu ia morrer mais cedo, mas ainda vai ter de esperar para ir ao meu funeral'.
A tensão entre as candidaturas de Pinto da Costa e André Villas-Boas tem vindo a aumentar, o que provavelmente resultará numa bipolarização até às eleições de abril. Esta situação coloca os outros possíveis candidatos, como Nuno Lobo e José Fernando Rio, numa posição delicada. Segundo os estatutos do FC Porto, o vencedor das eleições será aquele que obtiver o maior número de votos, sem necessidade de maioria absoluta.
Com a previsão de uma disputa acirrada entre Pinto da Costa e Villas-Boas, é possível que surja uma terceira via para atrair votos de um ou de outro candidato. Neste contexto político, muitas peças do tabuleiro serão mexidas até abril.