Presidente do Farense anuncia demissão e recandidatura em plena crise financeira

  1. Dívidas históricas do Farense atingem 7 milhões de euros
  2. Pavilhão e sede do clube foram penhorados e estiveram à venda
  3. Farense procura acordo com credores para resolver situação financeira

Um ano depois de ter sido eleito para um mandato de quatro anos, o líder do clube algarvio decidiu apresentar a demissão, decisão acompanhada pelos restantes dirigentes. No entanto, João Rodrigues será recandidato ao cargo.

João Rodrigues explicou à agência Lusa que este momento serve «para lançar um alerta aos adeptos» de que o Farense continua «numa situação muito difícil» e «motivar a sua reflexão» sobre «questões muito importantes» para o futuro do emblema.

Dívidas históricas e infraestruturas problemáticas


O dirigente lembrou que, este ano, o pavilhão e edifício-sede do Farense foram penhorados, devido a uma dívida antiga à Halcon Viagens, e estiveram à venda em hasta pública, que foi suspensa após o Farense ter submetido um pedido de Processo Especial para Acordo de Pagamento (PEAP), num valor total aproximado de sete milhões de euros.

«Queremos chegar a acordo com os credores todos, uma grande parte deles com dívidas que remontam a 20 ou 30 anos. Temos vindo a reduzir a nossa dívida nos últimos anos, temos pago os valores relativos aos Processos Especiais de Revitalização sem uma única falha, mas esta é uma situação importante, que deve preocupar os nossos já mais de 7.500 sócios», destacou João Rodrigues.

Recandidatura e eleições


O presidente do Farense salientou ainda que o pavilhão do emblema é «uma infraestrutura com dificuldades operacionais», que já tem 40 anos e necessita de intervenções urgentes.

Cristóvão Norte e José Alberto Pereira são recandidatos a presidentes da Assembleia Geral e do Conselho de Fiscalização, respetivamente.

Percurso de João Rodrigues


Natural de Faro, João Rodrigues, 62 anos, emigrou ainda criança, com a família, para a África do Sul, onde anos mais tarde iniciou a sua vida empresarial. Tornou-se acionista da SAD do Farense aquando da presidência de António Barão e, em 2016, após a descida do clube algarvio ao Campeonato de Portugal, na altura o terceiro escalão do futebol português, adquiriu a maioria das ações e foi eleito presidente da SAD.

Dois anos depois, em 2018, assumiu igualmente a presidência do clube, sucedendo a António Correia, tendo sido reeleito pela primeira vez em 2021 e novamente em 2023. Sob a sua liderança, o Farense subiu à I Liga em 2020, após uma ausência de 18 anos, e desceu um ano depois, tendo conseguido há um ano a segunda promoção ao escalão principal, onde continuará na temporada 2024/25.

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