Após a derrota recente do Famalicão por 1-0 frente ao Benfica, o treinador Hugo Oliveira não hesitou em expressar a sua frustração em relação à arbitragem em Portugal, especialmente no que diz respeito ao penálti que decidiu a partida. “O jogo foi equilibrado, competitivo e tático. Não foi muito bem jogado, do ponto de vista da emoção que os adeptos merecem. Tinha de ter um bocadinho mais de talento, de golpe de asa. E nesse sentido, poderia ter terminado no equilíbrio do resultado. Acabou por ser decidido num detalhe que acabou por pender para o lado do adversário. Quando saltamos, controlamos o que está à nossa frente, temos de abrir os braços. Quem foi contra quem? É a pergunta que deixo no ar.”
As preocupações de Oliveira sobre o papel dos árbitros em Portugal foram acentuadas quando comentou sobre a crescente dificuldade em ser um árbitro. “Está cada vez mais difícil ser árbitro de futebol em Portugal. Não desejo a ninguém ser árbitro de futebol em Portugal. É extremamente difícil. Primeiro, por todas as decisões a tomar em campo. Há sempre alguém que não está satisfeito. Depois, porque há sempre alguém que vem de cima com imagens televisivas do pára, arranca, anda para a frente, anda para trás, o frame. O movimento humano não é um movimento frame a frame, quem entende a perceção da televisão, do movimento, da imagem, sabe que no frame as imagens enganam. O movimento não é tão natural. Era uma daquelas situações em que tenho saudades de quando o árbitro tomava uma decisão.”
Clareza nas Decisões
O treinador elevou a discussão ao questionar a clareza das decisões durante o jogo. “Há momentos do jogo em que os meus jogadores, eu, outros treinadores, outros jogadores, já não sabemos se é penálti.” Apesar da derrota, Hugo Oliveira elogiou a atitude da sua equipa, que conseguiu manter um desempenho competitivo diante de um dos grandes do futebol português. “Foi um jogo extremamente equilibrado, com espaços reduzidos para criar situações,” afirmou, ressaltando o esforço dos seus jogadores.
Para Oliveira, princípios de clareza nas decisões e a correta interpretação dos lances são essenciais para o futuro do futebol em Portugal. “Eles têm um trabalho muito difícil e cada vez vai ser mais difícil. Há momentos em que nem nós, nem os jogadores, nem os árbitros têm certezas,” finalizou, sublinhando a incerteza que permeia a arbitragem atual.
Desafios da Arbitragem
Com estas declarações, Hugo Oliveira destaca uma questão relevante que transcende o resultado de um único jogo: a complexidade e os desafios que os árbitros enfrentam no futebol moderno. É imperativo que se procure uma maior compreensão por parte de todos os envolvidos no desporto.
A pressão sobre os árbitros cresceu, e a necessidade de decisões justas e claras aumentou com a evolução do futebol. A voz de Oliveira ressalta a importância de apoiar os árbitros, permitindo que desempenhem o seu papel sem a constante ameaça da crítica. Este diálogo é crucial para o desenvolvimento do desporto em Portugal.