Apesar da onda gigante de euforia que rodeou a Seleção Nacional nas primeiras 24 horas na Alemanha, Diogo Dalot garante que Portugal está focado num só objetivo: vencer o primeiro jogo. E depois começar a preparar o segundo.
Na conferência de imprensa deste sábado, em Marienfeld, o lateral do Manchester United passou ainda a ideia de que está entre a motivação infinita de Cristiano Ronaldo e a gestão de expectativas sublinhada por Vitinha na véspera.
O primeiro jogo é o mais importante
«Favoritos? Se queremos ficar na história de Portugal temos de trabalhar para isso e fazer por sermos lembrados», disse Dalot.
Para o defesa, o jogo de preparação com a Croácia, em que Portugal perdeu, foi apenas «uma experiência» importante para «melhorar alguns aspetos» antes do Europeu. «Apesar do apuramento imaculado e positivo, é importante enfrentar equipas mais experientes para testar coisas que não tínhamos testado antes. Foi muito importante e olhámos para ele de forma bastante positiva, no aspeto de lidar com adversidades e reagir em momentos de desvantagem. Foi bom passar por isso antes de uma competição como esta», explicou.
Quanto à estreia com a Alemanha, Dalot foi claro: «Ganhar! É o nosso grande e único objetivo. É importante vencer o primeiro jogo. O resultado? Quanto mais golos marcarmos, melhor, mas o objetivo passa por ganhar.»
Adaptação tática
O lateral abordou ainda a questão dos sistemas táticos utilizados pela seleção, dizendo sentir-se confortável tanto na linha de três centrais como na de dois. «Depende de como irá jogar o adversário. Eu sinto-me confortável nas duas. Consigo dar o meu melhor nos dois sistemas, caberá ao mister decidir. Já mostrámos em ambos que somos fortes a atacar e a defender e isso é o mais importante.»
Prémio individual
Dalot foi eleito pelos seus companheiros no Manchester United como jogador do ano e considera que este foi «um bom momento» da sua carreira, talvez o melhor a nível individual. «É sempre positivo vencer prémios individuais. Dá-me mais confiança e motivação, claro. Sei do que fui dando em toda a temporada e, por isso, foi ótimo ter o reconhecimento dos colegas, de quem me vê trabalhar todos os dias, com quem sofro e com quem celebro. Foi especial e dá-me confiança agora para a Seleção.»
Euforia controlada
Questionado sobre a forte onda de euforia que rodeia a seleção, Dalot afirmou olhar para o apoio como «responsabilidade acrescida». «Dá-nos mais responsabilidade. Olho como motivação. Não queremos que a euforia passe para nós. É hora de trabalhar, de nos focarmos em vencer o primeiro jogo. Creio que o grupo está bastante focado em entrar no Euro com o pé direito.»
O defesa falou ainda da importância do exemplo de Cristiano Ronaldo, o «maior dos nossos vencedores», mas sublinhou a necessidade de «ir dia a dia, jogo a jogo». «Temos de perceber que para chegar longe temos de caminhar juntos, passo a passo, e cada passo tem de ser firme.»
Expectativas elevadas
Sobre as expectativas em torno desta seleção, Dalot foi claro: «Existe a expectativa e as pessoas querem acreditar que somos das melhores seleções que Portugal já teve. Mas aquilo que lembramos no fim é a seleção que vence. Todos sabem quem venceu o Euro-2016. Se queremos ficar na história de Portugal temos de trabalhar para isso e fazer por sermos lembrados. Podemos ter muitas qualidades e uma geração com muito potencial, mas o que conta é no fim e quem vencer é que ficará na história.»
Já sobre os jogos já realizados, Dalot afirmou que Portugal «já foi testado em todos os aspetos nos vários jogos que fizemos». «Acredito que vamos ao primeiro jogo a saber que estamos preparados, fizemos uma boa preparação, incluindo a fase de apuramento. Estamos confortáveis em relação a isso.»
Por fim, o lateral abordou a questão da ansiedade por ser a última seleção a estrear-se no Europeu. «Não, não. Vemos, claro que sim. Estivemos a ver ontem a Alemanha. Estamos ansiosos por começar, sim. É normal que sendo os últimos a ansiedade suba um pouco, porque queremos muito começar. Mas estivemos tranquilos a ver o jogo, a desfrutar do ambiente, a vivê-lo. Estaremos prontos para a estreia.»