Carlos Vicens apela a mudança de foco no futebol português

  1. Carlos Vicens quer mais foco no talento e história.
  2. Jogo contra o Caldas é encarado como 'vida ou morte'.
  3. Benfica não tolda concentração para o jogo do Caldas.
  4. Plantel com desgaste físico e emocional.

Carlos Vicens, treinador do SC Braga, fez um apelo à mudança de foco no futebol português, defendendo que se deve valorizar o talento e a história do desporto em vez de centrar atenções nas polémicas e na arbitragem. Na antevisão do jogo contra o Caldas, a contar para a Taça de Portugal, o técnico bracarense expressou o desejo de que o foco esteja menos nas questões da arbitragem.

Numa análise abrangente, Vicens sublinhou a riqueza do futebol português, desde a sua tradição e história, até ao talento da seleção e dos treinadores. O treinador almeja que todos os intervenientes no futebol português contribuam para elevar o seu patamar, dentro e fora de campo.

Foco no Talento e História do Futebol Português

Carlos Vicens defende que o foco do futebol português deve ser o talento e a história, em vez das polémicas e da arbitragem. “O foco devia ser menos a polémica e a arbitragem. Penso que há elementos futebolísticos suficientes neste país para que, quem veja de fora, possa desfrutar do futebol e do talento que há em Portugal. Como podemos ajudar a que seja assim? Quiçá ajudar os árbitros no que pudermos. É o que sinto quando vejo tanta polémica”, afirmou o treinador.

O técnico bracarense fez questão de sublinhar a riqueza do futebol português: “Tem uma tradição e uma história incríveis, tem uma seleção com um talento espetacular que pode ter um grande papel em todas as provas internacionais, no verão [no Mundial 2026] vai ser igual, com uma formação espetacular, ainda agora foram campeões mundiais sub-17, com treinadores portugueses a um nível altíssimo aqui e fora do país, são um exemplo para os outros.”

Antevisão do Jogo Contra o Caldas

Relativamente ao jogo com o Caldas, Carlos Vicens perspetiva um duelo de vida ou morte para a continuidade na Taça de Portugal. “É uma competição em que ou passas ou estás fora”, referiu.

O técnico sublinhou a importância de encarar a partida com a mentalidade certa. “É um jogo especial, numa competição especial. Sabemos das características destes jogos. São jogos de vida ou morte porque só passa um e em cada ronda de Taça tivemos surpresas. Temos de entrar com uma mentalidade para um jogo especial, com uma energia extra, motivação extra, competitividade e níveis de agressividade e competitividade necessários para que caia para o nosso lado. Temos de ter uma mentalidade extra”, acrescentou.

Regresso aos Triunfos Após Derrota com o Estoril

Questionado se o jogo contra o Caldas é o indicado para regressar aos triunfos após a derrota contra o Estoril, Vicens respondeu: “Deve ser, dever ser! É com essa mentalidade que temos de enfrentar o jogo. É uma competição em que ou passas ou estás fora. Mais do que o momento, estamos a falar de uma eliminatória. Estas competições têm algo que as fazem diferentes, porque uma de duas não seguirá em frente. Os momentos importam um pouco, sim, o campo onde se vai jogar, entre outras coisas, mas amanhã só podemos ganhar.”

Jogo com o Benfica Não Tolda Concentração

O treinador garantiu ainda que o jogo com o Benfica não tolda a concentração dos seus jogadores. Sobre se o jogo contra o Benfica está na mente dos jogadores, Vicens afirmou: “Penso que não. Nestes dias em que falámos com os jogadores não saiu da minha boca a palavra Benfica. Depois há o Natal, em que os jogadores vão estar com as suas famílias, há suficientes coisas antes para se pensar nesse jogo. Temos que ter todo o pensamento no jogo como Caldas, porque se não estivermos, o jogo vai fazer com que estejas. À primeira adversidade e ao primeiro duelo perdido, ao primeiro ‘ui’, ou te empenhas ou não vais passar. É um jogo que exige uma energia especial, é território desconhecido e tens de te preparar para isso porque senão corres o perigo de ficar de fora.”

Análise aos Jogos Contra Santa Clara e Estoril

Carlos Vicens também comentou o domínio exibicional da sua equipa nos jogos contra o Santa Clara e o Estoril. “São dois jogos diferentes, Santa Clara, com um bloco baixo, vimos um Sp. Braga com um ritmo alto, sem grandes ocasiões, mas o nível foi bom. Marcámos na segunda parte e, aí, foi um jogo em que criámos mesmo do que o habitual. Porém, tivemos o controlo da partida. Com o Estoril foi diferente. Sem ter essa ‘finura’ com bola, tivemos duas ou três ocasiões na primeira parte muito claras. Tivemos mais oportunidades com o Estoril do que com o Santa Clara.”, analisou.

Mercado de Transferências e Cansaço do Plantel

Sobre o mercado de transferências, Vicens afirmou: “Estamos todos em sintonia, estamos atentos, mercado de janeiro é difícil e inflacionado porque há equipas que pedem um valor muito alto.”

O técnico abordou ainda a questão do cansaço do plantel: “Amanhã é o jogo 31, sabemos que são sempre dois ou três dias de recuperação. Sempre que houver falta de frescura temos que trabalhar muito duro para sermos capazes de sobrepor a isso uma mentalidade seja a 100 por cento. Não é só uma questão física, também há um desgaste emocional. Essa é a diferença das equipas de topo: quando não estão a 100 por cento fisicamente conseguem dar esse extra, essa mentalidade mais forte, independentemente do adversário ou da competição.”