Gaius Makouta, atualmente a representar o Alanyaspor, recorda com emoção a sua passagem pelo Boavista, um clube que representa um marco na sua carreira. A decisão de ingressar nos axadrezados foi clara desde o início: ““Um dia, estava no meu quarto e os meus antigos empresários entraram e disseram: o Boavista quer contratar-te. Na minha cabeça, pensei num clube histórico. Pensei na 1ª Liga portuguesa, no Benfica, FC Porto e Sporting. Eu nem sabia quanto eles estavam dispostos a pagar, mas disse 'deem-me o que quiserem, eu vou'. Vi a oportunidade por trás disso””
, revela Makouta.
Embora soubesse dos desafios financeiros, Makouta não hesitou: ““Disse aos meus empresários que ia para lá. 'O Boavista quer-me, não sei quanto vão pagar, mas vou para lá. Sei que há salários em atraso, que estão a pagar com atraso e que é um clube numa situação difícil, mas é uma oportunidade grande demais para recusar, vou para lá'””
, partilha o jogador.
Dificuldades financeiras e desafios
As dificuldades financeiras não foram uma surpresa para Makouta, que foi alertado por um colega da equipe, Hamache, sobre a realidade do clube: ““Estava preparado, ele contou-me tudo. Tínhamos três meses de contas não pagas, nunca éramos pagos no dia. No entanto, no final, ainda tínhamos o nosso dinheiro e eu fui para lá com o objetivo de me mostrar e agarrar essa oportunidade””
, admite.
Ele enfatiza que a decisão não foi movida apenas por dinheiro: ““Não era sobre dinheiro. A Liga portuguesa é uma liga com muita exposição onde há muitos olheiros, era mais isso que eu tinha em mente. Vendem muito bem””
, destaca.
Conexões com jogadores experientes
Makouta também se sentiu fortalecido por suas interações com jogadores experientes, como Rolando do FC Porto, que lhe assegurou que o Boavista era um clube que se encaixava bem no seu estilo: ““Conversei com o Rolando, que jogou no Marselha. Ele disse-me que o Boavista era um clube que me serviria bem, que jogava com muita garra e nunca desistia””
, recorda.
Essa conexão com o passado e o presente do clube permitiu a Makouta prosperar: ““Encontrei um clube que combinava bem com as minhas características e também tive a sorte de ter bons jogadores ao meu redor. Isso facilitou a minha vida””
, comenta.
O papel dos treinadores
Além dos colegas, os treinadores também desempenharam um papel importante em sua carreira. Makouta elogia João Pedro Sousa e Petit por lhe darem a confiança necessária para brilhar: ““Seja o João Pedro Sousa ou o Petit que o sucedeu, são pessoas que me deram muita confiança e que me demonstravam quanto eu era importante. Foi fácil lá jogar””
, afirma o jogador.
Esse suporte motivacional ajudou Makouta a superar os desafios e a concentrar-se no torneio.
Experiência anterior no Sp. Braga
Antes da sua passagem pelo Boavista, Makouta teve uma breve experiência no Sp. Braga, onde começou a moldar a sua trajetória no futebol português. Ele recorda: ““Era uma equipa com bons jogadores. Havia Miguel Crespo, que agora joga na Turquia. O Yvan Neyou, o Pedro Amador, que está no Atlanta da MLS... Infelizmente, caímos, mas eu queria progredir para a 1ª Liga””
, lamenta.
Em Braga, ele interagiu com Rúben Amorim, que na altura estava à frente da equipa B: ““Ele disse-me: 'Sei que está com a cabeça noutro lugar, mas eu também acabei de chegar. Ajuda-me, que eu vou-te ajudar também'. Quando viu o meu estilo de jogo, ele disse-me que era um dos jogadores que mais lhe interessava em treinar””
, lembra.
Reflexões sobre a carreira
No entanto, a falta de oportunidades para progredir deixou-o insatisfeito: ““Mas eu não estava com a cabeça no Sp. Braga e não tinha, portanto, a mentalidade certa””
, reconhece Makouta. A sua trajetória, marcada por desafios e decisões corajosas, ilustra a busca por oportunidades e o impacto que elas podem ter na carreira de um jogador.
Ao olhar para trás, ele reconhece o valor de cada experiência, que o moldou no jogador que é hoje. Sua jornada no Boavista não foi apenas um capítulo na sua carreira, mas um pilar fundamental que o impulsionou para sucessos futuros.