Ritmo lento e resistência a alterações
O futebol português tem passado por diversas mudanças ao longo dos anos, embora a um ritmo lento e com muita resistência a alterações. Algumas características permanecem relativamente constantes, como o número de jogadores por equipa, a diferenciação dos equipamentos e o objetivo fundamental de marcar golos.
Duração de 90 minutos não é realista
No entanto, um dos aspetos que merece particular atenção é a duração de 90 minutos para cada partida. Apesar desta ser uma norma estabelecida, na realidade o tempo útil de jogo é muitas vezes reduzido, uma vez que as equipas recorrem frequentemente a estratégias de antijogo para atingir os seus objetivos. «As entidades responsáveis devem refletir seriamente sobre a duração do tempo de cada partida de futebol, de modo a tentar que o espetáculo seja mais verdadeiro, tornando-se, assim, mais atrativo», defende um especialista.
Soluções propostas para maior verdade desportiva
Algumas soluções têm sido apontadas, como a introdução de um cronómetro à semelhança do futsal, ou a compensação efetiva do tempo perdido devido ao antijogo. No entanto, estas medidas poderiam desvirtuar o caráter tradicional do futebol. Uma outra proposta seria implementar uma "espécie de tratado da verdade", como se verifica no futebol de praia, onde as equipas raramente tentam enganar os árbitros. Contudo, este cenário é visto como utópico, uma vez que a vontade de vencer a qualquer custo é uma constante no futebol.
Necessidade de tornar o espetáculo mais atrativo
As entidades que regulam o futebol, num contexto em que este desporto movimenta somas avultadas a nível mundial, precisam de refletir sobre mudanças necessárias para promover um espetáculo mais atrativo e evitar o afastamento dos adeptos dos estádios. Atualmente, existem muitos recintos sobredimensionados com bancadas vazias, apesar de persistirem alguns bons exemplos de estádios cheios, onde o futebol é vivido como uma verdadeira festa. «É necessário que as pessoas sintam vontade de presenciar os jogos, em especial da sua equipa, porque a tradição de muitas coisas do passado deixou de ser o que era e a oferta alternativa na sociedade é imensa, devendo o espetáculo desportivo estar preparado para competir com outras vertentes que a sociedade inclui», acrescenta o especialista.