Num jogo decisivo frente ao Benfica, o treinador do Braga, Carlos Carvalhal, não hesitou em lançar um jovem promissor da sua equipa: Diego Rodrigues. Apesar da pressão do ambiente e da qualidade do adversário, o médio de 19 anos respondeu de forma brilhante, exibindo uma maturidade e qualidade técnica acima da sua idade.
A decisão de Carvalhal em dar minutos a Diego Rodrigues, preterindo jogadores com mais experiência como João Moutinho e André Horta, deixou muitos adeptos do Braga surpreendidos. Mas o treinador demonstrou conhecer bem as capacidades do seu jogador e a confiança que nele deposita.
O orgulho do pai
«Foi tudo muito rápido. Ele já tinha ficado feliz por ser convocado, ficou ainda mais feliz por ir para o banco. Quando soube que ia entrar ao intervalo, nem sabe descrever o que sentiu. Fiquei preocupado pelas circunstâncias, pensei que o meu menino ia sofrer com aquele ambiente, a reação do Benfica. Mas ele entrou cheio de confiança, tudo correu lindamente. Estou orgulhoso do que fez, da sua personalidade, caráter e frieza, pois nada ligou às bancadas», avaliou Ronaldo Rodrigues, pai do jogador.
Um trajeto ascendente
A subida de Diego Rodrigues a um patamar de eleição num elenco tão respeitado como o do Braga acontece em concordância com um trajeto ascendente no clube e nas seleções jovens, já detendo 18 internacionalizações, dos sub-17 aos sub-20.
«Nunca se sabe como um jogador vai reagir. Mas, respondendo bem, é prova de robustez mental, embora isso não invalide nervosismo mais para a frente. Mas o Diego tem um perfil mental especial, além de ser inequivocamente muito talentoso», refletiu Blessing Lumueno, antigo treinador de Diego nos sub-19 do Braga.
Elogios da equipa técnica
Blessing Lumueno traça um retrato elogioso do jovem médio: «Destaca-se pela fome de aprendizagem e isso, penso eu, contribuiu para ser aposta e ter tido uma estreia tão tranquila. Ele tem criatividade e qualidade de execução. Do ponto de vista ofensivo, é o jogador mais especial e mais completo que tive o prazer de ver treinar e jogar.»
Também Carlos Carvalhal destacou a «rotação muscular do pescoço» de Diego Rodrigues como uma «valência cerebral» que lhe permite perceber bem o que se passa à sua volta.
Um «almanaque fabuloso de gestos técnicos»
Blessing Lumueno descreve Diego Rodrigues como um jogador com um vasto leque de qualidades técnicas: «Com passe longo, curto, drible, remate, bola parada ofensiva e até golos de cabeça. Define no último terço com qualquer pé, junta receções orientadas e elegância. É um almanaque fabuloso de gestos técnicos e sabe perfeitamente quando os utilizar.»
Apesar de ter tido uma estreia brilhante, o próprio treinador do Braga acredita que «o Diego ainda não foi o Diego na Luz. Tem bem mais!» E avisa que, se o jovem médio continuar a exibir regularmente as suas qualidades, «será um jogador fundamental» e vai «colocar o treinador sob pressão».