Mágoa com a falta de reconhecimento
O treinador Artur Jorge sente que o seu trabalho no Braga não foi devidamente reconhecido, apesar de considerar que não pode ser apagado nem escondido. Natural de Braga e jogador dos arsenalistas durante praticamente toda a carreira, o técnico afirma em entrevista à agência Lusa que «houve algumas manobras, alguns 'fait-divers', que acabaram por distorcer tudo aquilo que é a minha relação e o sentimento que tenho para com o Braga e que devia ser recíproco também».
Saída do Braga e críticas de António Salvador
Artur Jorge deixou o Braga no início de abril, rumo ao Botafogo, o que motivou então fortes críticas do presidente dos minhotos, António Salvador. Contudo, para o treinador, «a história jamais é apagada, nem pode ser escondida por quem não o pode fazer». «Só esquece quem quer esquecer e eu não posso controlar o que quer que seja em relação àqueles que possam gostar mais ou menos de mim», afirma.
Conquistas e recorde do Braga
Artur Jorge destaca os seus feitos à frente do Braga, como «dois terceiros lugares, o primeiro de forma interina, uma presença na fase de grupos da Champions, um título conquistado [Taça da Liga], são os melhores registos da história do clube em termos de pontos conseguidos, vitórias e golos marcados». «Há muita gente que não vai viver o suficiente para poder ver esses dados serem batidos», diz.
Condecoração pelo Presidente da República
O técnico foi condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, com o grau de comendador da Ordem do Infante D.Henrique, no Palácio de Belém, o que entende ser «um motivo de grande orgulho». «É um sinal de reconhecimento nacional, é também relembrar-me de que faço parte daqueles que elevam o nome de Portugal além-fronteiras e isso é muito importante para mim», reage.
O seu estilo de liderança
Para Artur Jorge, a sua forma de liderança é o seu traço distintivo como treinador, destacando essa característica num campeonato com uma «exigência brutal» para os atletas com jogos de três em três dias. «Não uma liderança exagerada do 'posso, quero e mando', mas sim de traçar metas e objetivos, criar cumplicidades e empatia e dando também responsabilidades aos liderados», diz.