Carlos Carvalhal regressa hoje ao Estádio do Mar, palco onde viveu um dos momentos mais felizes da sua carreira enquanto treinador, na época 2001/02 ao serviço do Leixões. Nesse ano, o técnico levou a equipa de Matosinhos à final da Taça de Portugal, onde acabaram por ser derrotados pelo Sporting, por 1-0, com golo inevitável de Mário Jardel.
Duas décadas depois, esse feito é ainda recordado com saudade pelos adeptos do Leixões, que vão prestar homenagem aos antigos jogadores no intervalo do jogo contra o Braga. Nessa altura, Carlos Carvalhal estará no balneário a preparar a sua equipa para a segunda parte, mas certamente receberá o carinho dos leixonenses antes do encontro.
«As pessoas do Leixões gostam muito do Carvalhal»
As pessoas do Leixões gostam muito do Carvalhal. Vai ser muito bem recebido, porque ninguém esquece o que fez, e fez muitas coisas boas. Tirou o clube do marasmo em que o Leixões estava, declarou Abílio Novais a O JOGO, destacando ainda o papel do presidente de então, José Manuel Teixeira, e do filho, Jorge Teixeira, vice-presidente. Transformaram o Leixões e contrataram o Carvalhal e jogadores com experiência. Houve uma envolvência tremenda das gentes de Matosinhos.
A presença na final da Taça de Portugal valeu ainda o consequente apuramento para a Taça UEFA e para a Supertaça Cândido de Oliveira. Memórias que os leixonenses não esquecem. Abílio era o camisola 7 da equipa e uma das grandes figuras. No regresso ao Leixões, depois de passar por FC Porto, Salgueiros, Campomaiorense e Aves, o antigo médio guarda com saudade as recordações dessa época.
«O Carvalhal foi feliz no Leixões»
O Carvalhal foi feliz no Leixões. Foi das melhores épocas que teve na carreira, mesmo sabendo que estamos a falar de uma realidade completamente diferente, porque estávamos na II Divisão B. Treinou jogadores que tinham muita experiência, alguns de I Liga. Foi uma época fantástica, que culminou com a presença na final da Taça de Portugal. Como ele disse, e é verdade, nos próximos 100 anos nunca mais uma equipa da II B chegará a uma final da Taça de Portugal, frisa, com convicção.
Abílio Novais garante que, nessa altura, Carvalhal já estava muito adiantado em relação a muitos outros treinadores. Era novo, mas tinha alguma experiência por ter treinado o Espinho, o Freamunde, o Vizela e o Aves, neste caso na I Liga. Tinha métodos muito bons. Naquela altura, já treinávamos muito bem, destaca o agora treinador, de 57 anos, que deixou recentemente o comando do Oliveira do Douro.
Uma amizade que se mantém
A amizade entre ambos continua forte - ainda esta semana falámos, revela, tendo Abílio iniciado a carreira de treinador em 2002/03, precisamente por culpa de Carlos Carvalhal. Fui eu que o substituí. Estava a jogar muito naquela altura e ele chateou-me a cabeça para assumir o cargo, recorda, bem humorado, o pai de João Novais, atual jogador do Rio Ave e que, curiosamente, passou pelo Leixões e também pelo Braga.