O internacional angolano Wilson Eduardo, reforço da Alverca, é o convidado desta edição d'A BOLA FORA. Com 34 anos, o jogador formado no Sporting passou por diversos clubes, tanto em Portugal como no estrangeiro, mas é em Braga que guarda as melhores memórias da sua carreira.
Depois de uma juventude marcada por sucessivas mudanças de cidade, Wilson Eduardo encontrou em Braga a estabilidade que tanto procurava. «Antes de ir para Braga, andava sempre com a casa às costas. Mudava de cidade todos os anos», revela o jogador, que chegou a jogar na Croácia e na Holanda antes de se fixar no Minho.
Braga, o lar
Foi em Braga que Wilson Eduardo conheceu a sua esposa, Káthia, através de amigos, e se sentiu verdadeiramente em casa. «O clube acabou por se tornar parte de mim. Apesar de ter estado ligado muitos anos ao Sporting, na formação, como sénior andei sempre a saltar de posto em posto e é em Braga que me sinto confortável e bem.»
O avançado afirma que foi no Minho que atingiu o auge da sua carreira: «Foi ali que estive no meu auge e aproveitei o clube.»
A chamada da seleção de Angola
Apesar do sonho de representar a seleção portuguesa, Wilson Eduardo acabou por aceitar o convite da seleção de Angola, país dos seus pais. «É o país dos meus pais e decidi aceitar o convite. Fui dos primeiros estrangeiros a aceitar, hoje já se vê mais a irem, mas foi uma coisa que sucedeu muito por força do meu pai.»
O jogador revela que o pai foi determinante nesta decisão: «O meu pai sempre me incentivou a ir, que ia ser bom, ter essa parte de jogador internacional.»
O dérbi mais quente
Questionado sobre o jogo que gostaria de repetir, Wilson Eduardo não hesita: «Tive duas conquistas pelo Braga, mas não joguei nenhuma dessas finais. Digo sempre o mesmo, o Vitória-SC Braga quando vencemos 5-0. É sempre esse que me recordo, porque também já me perguntaram sobre o melhor golo e recordo sempre esse.»
O avançado considera o dérbi minhoto como o mais especial que viveu na carreira: «É um dérbi especial, fora é mais difícil. Guimarães é sempre mais aceso. Já tive Benfica-Sporting, já estive fora, mas esse é o mais quente.»
Rivalidade saudável
Apesar da intensa rivalidade, Wilson Eduardo sempre manteve uma boa relação com os seus adversários. «Nunca tive nenhum problema quando falei com colega ou amigo do outro lado. Durante 90 minutos somos rivais, depois disso há uma vida pela frente.»
O jogador reconhece que a animosidade entre adeptos faz parte do jogo: «As pessoas podem pensar que não, mas do que vivi este dérbi é especial. Para fora, as pessoas podem dizer que aquilo não se faz, mas nós gostamos de ver, por vezes rimo-nos de alguma situação, mas é uma coisa que nos vai dando mais adrenalina e vontade de jogar.»