Alguns adeptos do Sporting de Braga já nem se lembrariam de João Moutinho - ou, quem sabe, andariam a suspirar por ele, depois das recentes e desinspiradas derrotas dos «Guerreiros». Lesionado há dois meses, o veterano médio-centro regressou aos treinos a tempo de ser convocado para a partida da Taça de Portugal com o 1º de Dezembro. Parecia o cenário ideal para voltar a competir: um jogo mais «fácil», frente a uma equipa de um escalão inferior.

O mesmo se aplicava a Rodrigo Zalazar, também recém-regressado de lesão. O uruguaio foi titular e deu lugar ao português ao intervalo, quando o Sporting de Braga vencia por 1-0. Parecia tudo controlado.

Quando a «cabeça» resolve o jogo

Mas, como descreveu o jornal, «parecia, mas não estava»; o 1º de Dezembro lutou, jogou, criou oportunidades e empatou mesmo o jogo. E até ameaçou ir mais longe.

«Bola na baliza, jogo terminado, eliminatória ganha, problema resolvido», sintetizou o jornal. Não se sabe se lhe gritaram «vai bater, que bates bem», se houve «sequela» do mais famoso diálogo da epopeia lusa no Euro 2016, ou se, simplesmente, Moutinho sentiu que era hora de resolver o jogo. A verdade é que resolveu.

Um jogador especial

«Foi bater porque, realmente, bate bem. Porque a bola não chora naqueles pés. E porque a cabeça - e é com a cabeça que se joga futebol, apesar de por vezes não parecer - tem frieza, personalidade, controlo, experiência...», pode ler-se.

Aos 38 anos, Moutinho está prestes a completar 50 jogos pelos minhotos e, como se viu, tem mais para dar. Jogador de poucos clubes, encontrou refúgio em Braga, depois de ver frustrada a possibilidade de voltar ao Dragão. Pendular nos títulos ganhos em Portugal e França, exemplar numa equipa de segundo plano em Inglaterra, estoico na Seleção Nacional, que ajudou a conquistar a Europa, Moutinho é, sem dúvida, um jogador especial. O segundo mais internacional de sempre do futebol português, com 146 jogos, é uma referência no nosso futebol.