Acusações de corrupção e crimes económicos
O antigo presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) Melchior Moreira foi condenado esta sexta-feira a sete anos de prisão por 29 crimes, no âmbito da Operação Éter. O processo envolve acusações de corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder, falsificação de documento e recebimento indevido de vantagem.
De acordo com a decisão do Tribunal de São João Novo, no Porto, Melchior Moreira, que presidiu a TPNP entre 2009 e 2019, foi condenado por 20 crimes de participação económica em negócio, seis de falsificação de documento, recebimento indevido de vantagem e dois crimes de peculato.
Condenações a clubes de futebol
Além de Melchior Moreira, o tribunal condenou a grande maioria dos restantes 20 arguidos, incluindo a empresária Manuela Sousa, o presidente do Braga António Salvador e o ex-presidente do V. Guimarães Júlio Mendes, todos por crimes de falsificação de documentos. As penas aplicadas chegam a cinco anos de prisão, embora todas tenham sido suspensas na sua execução por igual período.
«O Braga e a sua direção tomaram conhecimento da decisão condenatória proferida no âmbito da Operação Éter, com a qual não se podem conformar por entenderem que a mesma é injusta e sem fundamento. O Braga reafirma a sua inocência, bem como dos seus representantes e, por esse motivo, será interposto o respetivo recurso», afirmou o emblema minhoto em comunicado.
Alegações de uso indevido de meios públicos
Segundo a acusação do Ministério Público, Melchior Moreira utilizava «procedimentos de contratação de pessoal e aquisição de bens, a alegada utilização de meios deste organismo público para fins pessoais e o apoio prestado a clubes de futebol, a troco de contrapartidas e favores pessoais» com a «ambição de concorrer à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional».
O presidente do SC Braga, António Salvador, e o ex-presidente do Vitória Sport Club, Júlio Mendes, foram condenados por falsificação de documentos relacionados com contratos de publicidade nas camisolas dos seus clubes, celebrados com a TPNP.
Reações e recursos dos clubes
Apesar das condenações, os clubes envolvidos mantêm-se firmes na sua posição de inocência. O Braga garantiu que vai recorrer da sentença, reafirmando «a transparência em todo o processo administrativo que o envolveu e, assim, a sua inocência, bem como dos seus representantes».
Já o Vitória de Guimarães, através do seu ex-presidente Júlio Mendes, também foi condenado por falsificação de documentos, mas afirmou que a decisão é «completamente injusta e sem qualquer fundamento».