Uma vitória conquistada com classe
Sensacional. Um jogo com alma, grandes golos e um SC Braga que teve de puxar do lustro e da classe individual dos seus jogadores para chegar à vitória, quando a equipa estava reduzida a 10 unidades. Um remate fora da área, perto da zona da meia lua, de Abel Ruiz, acabou com a resistência do Casa Pia, conjunto que apresentou argumentos também eles fortes para sair da fortaleza minhota com pontos.
O SC Braga agarrou-se à relativa segurança que o golo marcado cedo por Álvaro Djaló lhe deu. Num erro tremendo de Tchamba, que não quis jogar feio e aliviar a bola de qualquer maneira da área, o espanhol esticou o pé e bateu Ricardo Batista, o menos culpado pela abordagem deficiente do seu central. Recostados a essa vantagem alcançada aos 12 minutos, numa fase em que a partida estava equilibrada e sem história, os bracarenses desaceleraram, sem se perceber bem se o fizeram mais pela reação dos gansos, que existiu, ou pela intenção de voltar a explorar o erro do adversário e sair numa transição rumo ao segundo golo.
A reação do Casa Pia
A realidade é que foi o Casa Pia a aparecer mais forte a partir da meia hora, ameaçando o empate, primeiro num remate rasteiro de Larrazabal, que Matheus deteve com elasticidade, e depois num pontapé frontal de Telasco Segóvia, para nova intervenção atenta do luso-brasileiro. Acabaria por ser num erro do SC Braga na saída de bola que o empate surgiu, numa boa combinação entre Nuno Moreira e Pablo Roberto, com este a servir Yuki Soma para a finalização. Se o primeiro golo fez mal aos guerreiros, o do Casa Pia restituiu a matriz mais dominadora da equipa e antes do intervalo Zalazar aqueceu as luvas de Ricardo Batista.
Uma segunda parte frenética
O descanso não fez bem à equipa de Rui Duarte, treinador que foi expulso aos 69 minutos. Lelo colocou de novo os gansos em vantagem e o jogo entrou num carrossel louco: Abel Ruiz empatou com um toque subtil que enganou Batista, Zalazar colocou o SC Braga na frente com um pontapé fulminante, Paulo Oliveira fez cair a Pedreira em silêncio com um autogolo que voltou a empatar o desafio. Todas estas incidências no espaço de 12 minutos! A expulsão de Álvaro Djaló agravou o cenário, ou pelos menos parecia ter esse efeito. Simplesmente, com as mudanças introduzidas na equipa e uma alma enorme, os bracarenses chegaram ao 4-3 num golo de Abel Ruiz que vale a pena gravar. O SC Braga mantém-se na perseguição ao FC Porto e deixou o Vitória, próximo adversário, a cinco pontos de distância.