Em Dia de Reis, ninguém «cantou as janeiras», uma vez que SC Braga e Vitória SC empataram 1-1, com ambos os golos a serem apontados no segundo tempo. Vitor Carvalho deu a vantagem à equipa da casa, enquanto João Mendes reestabeleceu a igualdade num dos últimos lances da partida.
Artur Jorge foi «obrigado» a mexer na equipa devido às presenças de Sikou Niakaté e Simon Banza na Taça das Nações Africana. Abel Ruiz e José Fonte saltaram para o onze inicial, assim como Rodrigo Zalazar e Rony Lopes, que entraram para os lugares de Pizzi e Bruma (lesionado no aquecimento), respetivamente. Do lado vitoriano, destaque para as titularidades de Nuno Santos e André Silva, em detrimento de Nélson da Luz e Adrián Butzke.
O Estádio Municipal de Braga encheu-se para o 151º duelo entre as duas equipas. Um dos jogos mais esperados pelos adeptos durante todo o ano. Onde o coração bate rápido e cada detalhe assume uma importância extrema. A tabela classificativa demonstrava isso mesmo: SC Braga em quarto e Vitória SC em quinto: mais renhido era impossível.
O início do jogo evidenciou esse sentimento. A turma da casa quis dominar e até marcou logo aos quatro minutos, por intermédio de Rodrigo Zalazar, que conseguiu a emenda após uma defesa incompleta de Bruno Varela. O lance acabou anulado devido a um fora-de-jogo. Respiraram de alívio os vitorianos, incansáveis desde o primeiro minuto, apesar de estarem em clara minoria.
Os vimaranenses, aqui e acolá, foram dando um ar da sua graça e contaram com Tiago Silva e André Silva como principais maestros. De resto, pouco ou nada sobrou de uma primeira parte marcada por falta de eficácia, discernimento e ideias para conseguir desatar o nó que teimava em persistir.
Essa persistência não durou muito e acabou por estar refletida no início do segundo tempo, uma fotocópia do que tinha acontecido nos primeiros minutos. A diferença? Desta vez acabou por ser tudo legal e terminou com golo bracarense. Vítor Carvalho finalizou com sucesso uma jogada construída por Rony Lopes e Ricardo Horta. Festa pintada de vermelho e branco!
Ao contrário do que tinha acontecido no primeiro lance de perigo do jogo, o Vitória SC não conseguiu reagir no imediato e foi apanhado várias vezes em contrapé. Bruno Varela ainda se aplicou umas quantas vezes e manteve a desvantagem por números mínimos, ganhando o duelo individual com Rodrigo Zalazar.
Álvaro Pacheco mexeu com as peças que tinha no banco de suplentes, lançou cinco jogadores com o decorrer da segunda parte, mas foi Abel Ruiz a ter a última machadada. No frente a frente com Bruno Varela, o avançado rematou ao lado e deixou a incerteza a reinar até ao final.
Num dos últimos lances do jogo, João Mendes encheu o pé e conquistou um ponto que parecia perdido. Que alma, que emoção. O Dérbi do Minho é histórico por isto. Para os livros de história.