O Boavista anunciou a sua intenção de desenvolver uma equipa sénior independente da SAD, marcando um ponto de viragem na sua história futebolística. “Vamos começar de forma limpa, com as nossas próprias decisões, sem dependências externas e com os nossos valores”, afirmou o presidente do clube, Rui Garrido Pereira.
Esta iniciativa surge numa altura em que a SOCIEDADE ANÓNIMA DESPORTIVA (SAD) enfrenta sérios desafios financeiros e de estrutura. Rui Garrido Pereira revelou que a decisão foi tomada em virtude “da incapacidade da SAD para manter o futebol profissional e cumprir os compromissos assumidos”. O clube, que detém apenas 10% do capital social da SAD, sentiu-se compelido a assumir a responsabilidade de garantir a continuidade do futebol sénior.
Construção de uma Equipa Sólida
O presidente destacou a importância de preparar uma “equipa competitiva e organizada, a partir de uma base sólida”, enfatizando que diversas parcerias e colaborações estão a ser analisadas com cuidado: “Estamos a tentar preparar uma equipa competitiva e organizada, a partir de uma base sólida”.
Infelizmente, o Boavista falhou a inscrição para a II Liga e o licenciamento para participar na Liga 3, o que pode levar a SAD a ser relegada para os escalões distritais. “O incumprimento de pressupostos financeiros determinou essas duas decisões”, explicou Pereira. Caso o recurso apresentado ao Conselho de Justiça da FPF não seja aceite, a SAD poderá ver o clube descer aos escalões inferiores, provocando um impacto significativo na estrutura desportiva.
Compromisso com o Futebol Sénior
“A equipa sénior do clube será inscrita na divisão compatível com a sua realidade atual. Estamos em conversações com as várias entidades, no sentido de encontrar uma solução que cumpra os regulamentos desportivos”, assegurou o presidente. A intenção do Boavista é clara: garantir que o futebol sénior exista e se desenvolva, mantendo sempre a perspectiva de crescimento e ambição: “O importante, neste momento, é que o futebol sénior seja assegurado, com seriedade e ambição para crescer com consistência”.
O presidente sublinhou ainda que “nada garante [que não voltem a existir problemas]”, mas que a nova direção está comprometida a agir com “mais controlo, rigor e compromisso” no futuro. Ele enfatizou que enquanto o clube enfrenta uma das suas fases mais desafiadoras, a união dos sócios e a força da comunidade boavisteira serão fundamentais para a recuperação: “Queremos transmitir o oposto: o presente é péssimo, mas os boavisteiros vão unir-se para salvar o Boavista”.
Plano de Recuperação Estruturado
A recente decisão de formalizar um plano de recuperação foi também destacada: “O plano de recuperação é precisamente uma resposta responsável e estruturada para assegurar o futuro”. Rui Garrido Pereira comentou sobre os esforços que estão a ser feitos para regularizar passivos antigos e construir um novo caminho para o clube: “O objetivo do plano é preservar o património e garantir que ele sirva o clube”. Esse compromisso reflete a determinação de recuperar a identidade do Boavista, que, segundo Pereira, “não está à venda”.
No momento de transição, o presidente apelou à compreensão e colaboração de todos os envolvidos na recuperação do clube, enfatizando que esta fase é uma oportunidade histórica para recomeçar: “Esta é uma oportunidade histórica para recomeçar com dignidade, pés no chão e olhos no futuro”. Embora reconheça que o caminho será longo, a mensagem é de esperança e resiliência: “O futuro será sempre exigente, mas estaremos mais preparados e unidos”.
