O Gondomar, um histórico do futebol português, encontra-se a um passo de regressar à II Liga, após uma longa batalha judicial. O tribunal administrativo de Lisboa declarou nulo o acórdão que havia despromovido o clube em 2009, no âmbito do caso de corrupção desportiva conhecido como Apito Dourado. O presidente do clube, Álvaro Cerqueira, confirmou que estão em negociações com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga de Clubes para reintegrar a equipa, após 14 anos fora da competição profissional.
Após a decisão do Supremo Tribunal Administrativo em abril, que negou o recurso apresentado pela FPF, o processo volta a ganhar força. O tribunal havia considerado inválido o uso de escutas telefónicas que sustentaram a descida de divisão.
Controvérsias desde 2009
As controvérsias começaram em 2009, quando a Comissão Disciplinar da Liga puniu o Gondomar por corrupção ativa em jogos da II Liga 2008/09, resultando numa multa de 78 mil euros e uma despromoção que foi posteriormente confirmada pelo Conselho de Justiça da FPF. Ao longo da última temporada, o Gondomar competiu na Série B do Campeonato de Portugal, mas terminou na 11.ª posição, sendo despromovido aos distritais, o que complica ainda mais a sua situação.
No entanto, a esperança renasce com esta nova decisão judicial, que poderá abrir portas ao retorno à II Liga. Se tudo correr como esperado, o clube poderá voltar a fazer parte da competição profissional, recuperando assim um lugar entre os grandes do futebol nacional.
Realidade do Boavista
Enquanto isso, no mundo do futebol português, o Boavista enfrenta uma realidade muito diferente. O clube foi declarado insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca do Porto, e os terrenos do Estádio do Bessa foram leiloados por 5,55 milhões de euros. Esta venda ocorre num contexto de incertezas, uma vez que o clube tinha como objetivo impedir a venda dos terrenos com a declaração de insolvência.
O prazo para reclamar créditos é de 20 dias, mas a situação da SAD do Boavista permanece indefinida, com uma dívida que ultrapassa os 150 milhões de euros. O futuro do clube é incerto, mas as recentes decisões judiciais poderão mudar o curso da sua história, assim como o do Gondomar.