O Boavista enfrenta um momento crítico após a não inscrição da sua equipa profissional na II Liga para a temporada 2025/26, uma situação lamentada pela direção do clube. Em comunicado oficial, a direcção, liderada por Rui Garrido Pereira, expressou a sua profunda desilusão e surpresa com o desfecho, que compromete diretamente o futuro do emblema. A decisão foi tomada após a SAD não apresentar as certidões necessárias de não dívida à Autoridade Tributária e à Segurança Social, essenciais para o licenciamento junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
A situação crítica foi acentuada pelo acionista maioritário da SAD, Gérard Lopez, que tentou injetar 2,5 milhões de euros nas contas do Boavista, mas os fundos não estavam disponíveis a tempo de regularizar a situação financeira necessária para a inscrição. A direcção do Boavista afirmou que, desde o início, estava convicta de que a revitalização da SAD deveria ser feita de forma colaborativa, mas sentiu-se excluída do processo, apesar das tentativas de diálogo.
Consequências da Não Inscrição
Historicamente, o Boavista, que desceu à II Liga em maio passado, poderia ter inscrito a sua equipa na II Liga até à última quarta-feira, mas falhou esse objetivo. Agora, a equipa corre o risco de ser relegada ainda mais para a Liga 3, um escalão em que não competiu desde a temporada 2013/14. A LPFP anunciou que os clubes da II Liga que não cumprirem os requisitos necessários serão substituídos pelas equipas melhor classificadas na temporada anterior que tenham sido despromovidas.
Com a Oliveirense, que terminou em 17.ª posição, a expectativa é que ocupe a vaga do Boavista caso consiga passar pelo processo de licenciamento da LPFP. A direcção do Boavista sublinhou a necessidade imperativa de manter o clube ativo competitivamente, com a presença de equipas de formação e, pelo menos, uma equipa sénior no campo, demonstrando preocupação quanto aos reiterados incumprimentos da SAD que têm prejudicado a estrutura do clube e a sua base de adeptos.
Iniciativas para o Futuro
Em resposta a esta crise, o Boavista anunciou que está a preparar mais de vinte equipas em vários escalões para a próxima temporada, incluindo um conjunto B para facilitar a transição entre as categorias juvenis e o futebol sénior. Esta medida revela um esforço notável em continuar a desenvolver o potencial do clube, mesmo diante da adversidade.
A direcção apelou à união de todos os associados para um esforço coletivo para “salvar o Boavista”, enfatizando a importância de superar os obstáculos como oportunidades para o futuro. O futuro do Boavista, neste momento, depende de sua capacidade de se reorganizar e reunir forças para reverter a situação atual, com um foco claro em restabelecer a sua presença nas competições.
A Mensagem da Direcção
“Juntos, pelo Boavista, vamos continuar a ter futebol” foi a mensagem reiterada pela direcção do clube, fazendo um chamado à ação e à solidariedade dos simpatizantes. Com uma história rica e 122 anos de tradição, o Boavista precisa do apoio de todos para enfrentar os desafios que se avizinham.
O clube tem uma base de adeptos fiel e apaixonada, e a sua continuidade no futebol português não pode ser subestimada. A direcção apela à força da comunidade boavisteira para que, juntos, possamos traçar um caminho para um futuro mais brilhante, onde o Boavista possa resgatar a sua identidade e competitividade no panorama do futebol nacional.