A situação financeira do Boavista Futebol Clube tem gerado preocupações significativas entre os seus dirigentes e adeptos. O presidente Rui Garrido Pereira descreveu a necessidade premente de estabelecer um compromisso sólido entre o clube e a sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD), afirmando que “há uma aproximação entre o clube e a SAD para que isto não volte a acontecer”. Ele sublinha a importância das reuniões que estão por vir, pois “é essencial para a nossa atividade haver entendimento”. A preocupação do presidente se estende à viabilização do licenciamento da SAD nas provas profissionais, especialmente após a descida para a II Liga, ocorrida pela primeira vez em 17 anos. Garrido Pereira comenta: “o clube está claramente preocupado e focado em auxiliar na viabilização”.

Outra questão que não pode ser ignorada é a dívida significativa do clube, que gira em torno de “quase 90 ME”. Este fator tem um impacto negativo na imagem institucional. Com a recente reabertura das licitações para os terrenos do Bessa, que contempla um valor de abertura de 2,9 milhões de euros, Garrido Pereira expressou sua surpresa ao revelar que a situação era ainda mais complicada do que imaginava: “Encontrámos uma dívida monstruosa e um clube muito diminuído nas contas e completamente destruído e descredibilizado”.

Dívidas e Desafios Financeiros

Numa análise mais profunda da gestão financeira, Garrido Pereira contou que os desafios que a nova direção enfrenta incluem a regularização dos salários dos funcionários. Ele mencionou: “os respetivos funcionários com salários em atraso, que sentem dificuldades diárias há muitos meses”. Este problema foi também constatado nas modalidades do clube, onde as secções de ginástica, andebol, voleibol, futsal e futebol feminino exigiram irregularidades na regularização de dois meses. As seções acusaram a nova direção de não cumprir promessas, criando um “cenário alarmante, que coloca em risco a própria existência das modalidades”.

Garrido Pereira, que tomou posse em janeiro, também se mostrou comprometido com a recuperação institucional do clube, informando sobre a criação de um conselho científico com pessoas experientes na formação. Ele comentou: “estamos a criar um conselho científico com pessoas ligadas à formação para podermos ser aconselhados e direcionados na rota certa”. Esta iniciativa é uma tentativa de revitalizar as necessidades de formação, especialmente com a criação de uma equipa B.

Compromissos e Sustentabilidade

Embora a situação financeira seja desafiadora, o presidente expressou a vontade de evitar mais endividamento. “Esta direção não vai endividar mais o Boavista”, declarou. A direção tem procurado conectar-se com investidores regularmente para reduzir a dívida e aumentar o retorno financeiro. Garrido Pereira explicou que “a maioria das modalidades tem de ser sustentável, dignificar e honrar o clube”.

Em resumo, a nova liderança está ferida mas não abalada, levantando a esperança para um futuro mais equilibrado e prometedor. O compromisso de Rui Garrido Pereira em criar entendimento com a SAD e resolver as questões pendentes é um passo crucial para garantir a sustentabilidade e a credibilidade do clube em tempos desafiadores.

O Caminho para o Futuro

O panorama é complexo, mas a nova direção parece estar ciente dos desafios à frente e determinada a encontrar soluções. “Estamos a acompanhar e a intervir na negociação”, afirma Garrido Pereira, que continua a trabalhar para que o clube volte a encontrar o seu caminho nas competições profissionais.

Com um foco renovado na recuperação e desenvolvimento, o Boavista está a traçar um caminho que, embora repleto de obstáculos, pode levar à revitalização e ao sucesso desejado pelos seus adeptos. A determinação da nova direção poderá ser a chave para a recuperação do clube e para a reconquista da confiança dos seus simpatizantes.