Decisão cuidadosamente ponderada
Cerca de duas semanas após se ter anunciado como candidato à presidência do Boavista, Fary Faye, líder da Boavista SAD, comunicou a sua saída do processo eleitoral do clube. A candidatura de Faye, que tinha como objetivo unir o Boavista Futebol Clube e a Sociedade Anónima Desportiva, caiu, segundo o próprio, por «pressões de diversa índole», numa altura em que o programa eleitoral já estava elaborado.
Motivos da desistência
«Fomos surpreendidos por vários acontecimentos. Confrontamo-nos com pressões de diversa índole, algumas de cariz inaceitável, para que o presidente da SAD e candidato à presidência do clube se afastasse do processo eleitoral, cedendo perante candidaturas assentes em vagas promessas de milagrosa salvação financeira cujos contornos estão longe de ser claros, e despertam, aliás, negras memórias», pode ler-se no comunicado da candidatura "Boavista com Futuro".
O próprio Faye também publicou uma mensagem direcionada aos adeptos, na qual explica uma «decisão cuidadosamente ponderada» e promete dedicar toda a atenção às funções que já exerce na presidência da SAD. «Foi uma decisão cuidadosamente ponderada, tomada com base nas promessas apresentadas pelas outras candidaturas, que asseguraram possuir soluções financeiras concretas e imediatas para enfrentar os desafios financeiros que o clube atravessa. Espero que estas promessas sejam cumpridas e que o futuro do Boavista seja tão próspero quanto todos ambicionamos», explicou o ex-futebolista senegalês.
Candidatos mantidos
A candidatura de Fary Faye, que tinha Valentim Loureiro, antigo presidente (1978-1997) e atual líder honorário das 'panteras', como primeiro subscritor da sua lista, foi aprovada para concorrer com as de Filipe Miranda e Rui Garrido Pereira.
Faye, de 49 anos, passou a exercer cargos diretivos na estrutura 'axadrezada' há nove anos, sendo que, em maio, rendeu na presidência da SAD, responsável pela gestão do futebol profissional das 'panteras', o advogado Vítor Murta, que está de saída da liderança do clube ao fim de seis anos e tem agora dois candidatos à sua sucessão.
Próximos passos
As eleições do Boavista, 16.º e antepenúltimo classificado da I Liga, vão decorrer até 15 de janeiro, mas a data só será agendada pela Mesa da Assembleia Geral (MAG) quando estiveram cumpridos vários formalismos previstos nos estatutos do clube, incluindo a tentativa por parte do Conselho Geral, órgão consultivo, de elaborar uma lista única junto dos candidatos à presidência, passo para o qual será indispensável o consentimento por escrito de todos.