Desilusão na MLS
Nuno Santos, médio do Vitória de Guimarães, abriu o coração sobre a sua passagem pela MLS, nos Estados Unidos, antes de regressar a Portugal e assinar pelo clube minhoto. «Não foi uma passagem feliz, tanto em termos pessoais, como profissionais. Foi uma fase muito difícil de conseguir gerir. Não estava a ter rendimento desportivo e estava muito longe da minha família. Estava sozinho na altura. Tive outras questões internas no clube que também não me ajudaram. Isso levou-me a uma experiência muito má. E mesmo em termos de saúde mental também não foi bom», revelou o jogador.
Refúgio no Vitória de Guimarães
Lidar com a desilusão da experiência nos EUA não foi fácil para Nuno Santos, que encontrou no Vitória de Guimarães o «refúgio» que precisava na altura. «Quando soube do interesse, quis rapidamente sair dali. Foi aqui que encontrei o meu "refúgio". Temos ligações muito especiais. E a maneira como me acolheram foi especial. Poder voltar a sentir felicidade a fazer aquilo que gosto, que é jogar futebol, já que não sentia isso há muito tempo», contou.
Após 11 meses no Charlotte FC, Nuno Santos encontrou no Vitória de Guimarães a estabilidade que lhe faltava, tanto a nível profissional como pessoal. «Sinto-me muito bem aqui. Nunca me senti indiferente aqui, torna as coisas especiais e, quando assim é, estamos melhor», afirmou.
Retrospetiva da Formação
Nuno Santos fez também uma retrospetiva da sua formação, destacando o Boavista como um clube «especial» onde começou a jogar aos 5 anos. «Comecei no Boavista, no qual tive muitos bons treinadores. E a minha geração nessa altura também era boa, que me permitiu depois dar o passo para o FC Porto. Deu para perceber outra realidade e evoluir tecnicamente», recordou.
Já no Benfica, Nuno Santos diz ter aprendido muito do que é hoje como jogador. «Aprendi muito o que sou hoje, com os vários treinadores que apanhei na altura. Devo muito aos clubes que me formaram. O Boavista, onde comecei, vai ser sempre um clube especial, como foram todos», afirmou.
Campeão da Europa Sub-19
Uma das melhores experiências da carreira de Nuno Santos foi a conquista do Campeonato da Europa de sub-19 em 2018. «Foi um dos meus melhores momentos enquanto jogador. Conseguir fazer parte de uma equipa e de uma geração que conseguiu ganhar dois títulos europeus seguidos, foi especial. A ligação que tínhamos na equipa, a maneira como aquecíamos e nos dávamos, era especial. Também foi por isso que estivemos destinados a ter este sucesso», recordou.
Início de Época no Vitória
Já no Vitória de Guimarães, Nuno Santos tem tido um bom início de época, com a equipa a manter grande parte da base da temporada passada. «Mantivemos um pouco da base do ano passado, o que faz com que, naturalmente, as coisas saiam de uma maneira mais fluida. O treinador também implementou as próprias ideias. Acho que, no cômputo geral, temos muita qualidade dentro do plantel, o que torna tudo mais fácil em termos de resultados e de sucesso», explicou.
Elogio ao Treinador Rui Borges
O médio elogiou também o trabalho do treinador Rui Borges, com quem se identifica muito, tanto a nível profissional como pessoal. «É um treinador com quem me identifico bastante, tanto a nível profissional, com as ideias, como a nível pessoal, porque é uma pessoa muito calma. Mas, ao mesmo tempo, exige máxima responsabilidade aos jogadores. Consegue entender perfeitamente a mentalidade e a personalidade de cada um e acho que lida bem com o balneário», afirmou.
Ambição e Análise da Equipa
Apesar das saídas de Jota Silva e Ricardo Mangas, Nuno Santos acredita que o plantel do Vitória de Guimarães continua equilibrado. «Cada jogador tem as próprias valências, como o Jota e o Mangas tinham. Davam-nos outras coisas que, se calhar, os jogadores que estão aqui não dão. Mas isso não tem de ser mau. Simplesmente, é diferente. E nós, como equipa, temos de nos adaptar aos jogadores que ficam e acho que fizemos isso de uma forma muito natural. Continuamos a ter rendimento e a ter sucesso», explicou.
Nuno Santos marcou o golo que deu a vitória histórica do Vitória de Guimarães na Liga Conferência. O jogador revelou que nesse momento sentiu «um pouco da raiva que tinha em mim. Raiva positiva, de querer fazer mais, de querer poder ajudar mais». «Sou um jogador que exige muito de mim e, quando sinto que não estou no meu melhor, fico um pouco frustrado comigo, porque sei o que consigo fazer, sei das minhas capacidades e por vezes, e vai acontecer mais vezes, não conseguimos dar o nosso melhor», admitiu.
O jogo mais complicado para o Vitória de Guimarães até ao momento foi a derrota por 3-0 com o FC Porto, em casa. «Estávamos numa boa fase nessa altura. Mas também pela pouca produção que tivemos durante o jogo. Não criámos muito. Tivemos uma oportunidade, duas, se tanto. E foi difícil digerir, foi um jogo que nos ficou entalado», revelou Nuno Santos.