Buscas da PSP nas instalações do FC Porto revelam esquema ilegal de venda de bilhetes

  1. Buscas da PSP revelam esquema ilegal de venda de bilhetes do FC Porto
  2. Operação realizada em instalações do clube e residências de suspeitos
  3. Mais de uma dezena de arguidos constituídos
  4. Ingressos e quantias monetárias apreendidas
  5. Suspeitas de ligação à Operação Pretoriano

Operação da PSP em instalações do FC Porto

A Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto realizou este domingo buscas nas instalações do FC Porto, nomeadamente na Porto Comercial, sociedade pertencente ao universo empresarial do clube, e na loja do associado no Estádio do Dragão. De acordo com fonte oficial da PSP, as diligências permitiram apreender "vários milhares de ingressos para espetáculo desportivo" e "quantias monetárias", tendo sido constituídos arguidos "mais de uma dezena de indivíduos".

As buscas, que contaram com o apoio de "diversas valências policiais", iniciaram-se de manhã cedo para "dar cumprimento a vários mandados judiciais", revelou a mesma fonte à agência Lusa. Em comunicado, o FC Porto confirmou que as suas instalações estavam a ser alvo de buscas, garantindo que iria "prestar todo e qualquer apoio às autoridades no desenrolar das suas diligências".

Suspeitas de esquema ilegal de venda de bilhetes

Segundo apurou o jornal A BOLA, em causa estará um esquema ilegal de venda de bilhetes, não só para o jogo deste domingo entre FC Porto e Boavista, mas sobretudo para a final da Taça de Portugal, contra o Sporting, no Estádio do Jamor. As suspeitas das autoridades apontam para que estes "esquemas" tenham continuado mesmo após a Operação Pretoriano, que em janeiro deste ano levou à detenção de 12 pessoas, incluindo o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, que se encontra em prisão preventiva.

Visados incluem funcionários do clube e membros da claque Super Dragões

Entre os visados destas novas buscas estão alguns funcionários do clube, como Cátia Guedes, que trabalha na Loja do Associado, e Fernando Saul, antigo Oficial de Ligação aos adeptos e speaker do estádio. Também membros da claque Super Dragões, como Sandra Madureira, esposa de Fernando Madureira, e Catarina Madureira, filha do casal, estão a ser alvo de diligências.

Ligação à Operação Pretoriano

Fonte da PSP revelou à Lusa que estas buscas estão relacionadas com a Operação Pretoriano, que investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto a 13 de novembro de 2023. Nessa altura, o Ministério Público sustentou que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" para que fosse aprovada a revisão estatutária "do interesse" da então direção liderada por Pinto da Costa.

Outros elementos visados pelas buscas

Além das instalações do clube, as buscas domiciliárias estão a ser realizadas "com o apoio de diversas valências policiais" nas residências de alguns dos visados, incluindo a casa de Sandra Madureira, onde terão sido apreendidos bilhetes e cerca de 20 mil euros em dinheiro, segundo avançou a CMTV.

De acordo com a mesma fonte televisiva, as buscas envolvem também cinco funcionários da Porto Comercial e vários elementos dos Super Dragões, como a família Aleixo (pai e filho que também foram investigados no âmbito da Operação Pretoriano), Manuel Barros (que está a ser julgado no Tribunal Bulhão, com Fernando Madureira, no processo das agressões a adeptos do Benfica) e João Gato.